As atenções do setor de óleo e gás estarão voltados para o Brasil nesta semana. Na quarta-feira (6), o governo ofertará quatro áreas exploratórias no pré-sal na Bacia de Santos, no famoso megaleilão da cessão onerosa. A expectativa é que a rodada, que pode render até R$ 106,6 bilhões em arrecadação, consolide os investimentos no setor no país e garanta 1 alívio financeiro para os cofres da União, Estados e municípios.
No total, 12 empresas vão disputar a rodada, entre elas a Petrobras, que exerceu direito de preferência para operar duas áreas, Búzios e Itapu. Só a venda desses blocos garantem arrecadação de R$ 70 bilhões em bônus de assinatura, valor pago pelo direito de explorar óleo e gás. O montante é dobro da arrecadação em todos os leilões de óleo e gás realizados no mundo de 2016 a 2018, R$ 36 bilhões.
Na avaliação de Décio Oddone, presidente da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o Brasil está recuperando o tempo perdido durante uma década sem leilões de óleo e gás. Os volumes de óleo nas áreas ofertadas, segundo ele, têm potencial para dobrar as reservas brasileiras e colocar o Brasil entre os 5 maiores produtores de petróleo do mundo.
Os valores a serem repassados à estatal serão negociados após o resultado do leilão. O pagamento será feito pelas empresas vencedoras que se tornarão proprietárias de parte dos ativos existentes nas áreas. Por meio de uma portaria, o MME (Ministério de Minas e Energia), estabeleceu os valores do petróleo e do gás que serão considerados para o cálculo.
As compensações à Petrobras serão somadas ao pagamento de R$ 9,1 bilhões que o governo fará à petroleira após o recebimento do bônus de assinatura. O repasse é referente à revisão do contrato da cessão onerosa, firmado em 2010, e concluído na última sexta-feira (1) com a assinatura de 1 termo aditivo. (João Fernandes com Poder 360)