Em meio aos impactos do fenômeno climático La Niña, que reduziu as chuvas e elevou temperaturas no Sul do país, mais de 81 mil produtores afetados pela seca, incluindo de Mato Grosso do Sul, acionaram seguro ou o Proagro (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária) nesta safra de verão até o dia 20 de janeiro, mostraram dados do governo federal.
No total, 42.541 apólices de seguro rural foram acionadas e 38.906 COPs (comunicados de perdas) realizados no Proagro, informou o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
Em nota, o Ministério disse que o número não pode ser comparado com safras anteriores, pois a seca não ocorre todo ano e quando ocorre, depende da severidade. “Portanto, não há que se fazer comparativos com safras anteriores, diferente de outros seguros padronizados, o seguro rural é muito diferente por conta de ser passível de catástrofes climáticas”, diz o governo.
“Na safra de verão 20-21 vale ressaltar que praticamente não se observou seca nos grãos de verão, pelo contrário, houve aumento de produção e produtividade nos grãos de verão em geral, com a soja apresentando uma produção recorde estimada em 135,9 milhões de toneladas”, acrescentou.
Principais prejuízos
O atual levantamento tem como base dados das seguradoras habilitadas no PSR (Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural) do ministério e do Banco Central do Brasil, autarquia responsável pelo Proagro.
“Os destaques… são os prejuízos nas lavouras de milho e de soja, devido à estiagem que afeta parte de algumas regiões dos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e São Paulo”, disse a pasta.
A soja tem quase 37 mil acionamentos (32% das apólices sinistradas) e 22,2% da área contratada com seguro afetada, que equivale a 1,7 milhão de hectares que serão vistoriadas pelas seguradoras.
Nesta semana, a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) reduziu em 4,2 milhões de toneladas sua projeção para a safra de soja do país em 2022, agora estimada em 135,8 milhões de toneladas e abaixo do recorde obtido na temporada anterior, em função da seca na região Sul.
No milho, dos quase 39 mil acionamentos de Proagro, o cereal se destaca com mais de 26 mil comunicados de perdas (68,7% do total) e o Rio Grande do Sul, onde os produtores lideram a contratação do programa, representa 53,2% dos comunicados de perdas, atingindo 20.719 operações.
Outros cultivos também têm sido afetados, como o feijão, arroz, cana-de-açúcar, frutas e verduras, além da pecuária leiteira, conforme o levantamento. (Com informações do G1)