Maioria é contra reabertura do comércio, indica CNI

A maioria dos brasileiros é contrária à reabertura do comércio, segundo pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A pesquisa foi feita por telefone entre os dias 10 e 13 de julho e foram entrevistadas 2.009 pessoas em todo o Brasil. O levantamento pesquisa indica que 8 em cada 10 entrevistados se disseram a favor das medidas de isolamento social.

A reprovação varia segundo o tipo de estabelecimento, variando de 57% para salões de beleza a 86% para cinemas e teatros. Há divisão apenas em relação ao comércio de rua: 49% se dizem favoráveis à reabertura e 47%, contrários – um empate, considerando a margem de erro de 2 pontos percentuais.

A reprovação ajuda a entender o movimento baixo observado desde que estados e municípios começaram a flexibilizar a quarentena imposta para conter o avanço do novo coronavírus. Apesar da expectativa de que a demanda reprimida durante o distanciamento social levaria a um boom de consumo pós relaxamento, o estudo da CNI indica cautela dos brasileiros.

Questionados se pretendem aumentar ou diminuir a frequência da ida a bares, restaurantes, shoppings e comércio de rua em comparação com o período pré-pandemia, a maioria responde que pretende ir pouco ou muito menos.

Considerando os três meses posteriores ao fim da quarentena, 67% dizem que devem ir menos a bares e restaurantes, 64% devem ir menos a shoppings e 62% devem ir menos a comércio de rua. Entre os estabelecimentos pesquisados no levantamento, apenas supermercados mantém uma frequência semelhante ao nível pré-pandemia (50% dizem que devem frequentar no mesmo patamar de antes).

O percentual dos que relatavam ter um medo grande ou muito grande da pandemia caiu de 53% para 47% entre maio e julho. A percepção se reflete na expectativa de mortes nos próximos 15 dias a partir da data da entrevista: os que apostavam num aumento caíram de 74% para 55%.

O pessimismo a nível individual se reflete nas expectativas para a economia de modo geral. Na visão de 67%, o Brasil ainda não começou a se recuperar, sendo que 39% acreditam que isso levará mais de dois anos para acontecer.

Detalhes

Segundo a pesquisa, 71% dos entrevistados declararam ter reduzido suas despesas mensais. Entre esses, 30% dizem ter feito um corte grande ou muito grande.

Apesar de reativo à conjuntura, a pesquisa indica uma tendência crescente de que o freio tenha efeitos prolongados. O percentual de entrevistados que declaram que a redução de gastos é permanente subiu de 29% para 36% entre maio e julho.

O principal motivo é a insegurança quanto à renda futura, percepção que permaneceu estável entre maio e julho (42% e 41%). Quase um terço relata já ter perdido sua renda total ou parcialmente (29%). O comércio fechado vem em terceiro lugar, apontado como o motivo da redução dos gastos por 27% dos entrevistados.

(Texto: João Fernandes com Folhapress)

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