Escalada de altas vem desde o ano passado e afeta o segmentos
Quem está planejando construir ou comprar uma casa, pode preparar o bolso. Após a disparada de mais de 100% no ano passado, os materiais de construção sofreram um novo aumento neste início de ano, ficando até 41,11% mais caros.
O índice é bem inferior aos quase 150% de 2020 quando as indústrias paralisaram operações e os produtos sumiram das lojas. Mesmo assim obriga os consumidores e construtores a refazerem os custos e o planejamento de gastos na obra. Os dados foram obtidos no boletim de preços do Sindicato Intermunicipal da Indústria da Construção de Mato Grosso do Sul (SindusCon-MS).
Para o novo presidente da Associação dos Construtores de MS (Acomasul), Diego Canzi, os aumentos consecutivos refletem também no valor da venda do imóvel. “O aumento dos materiais continua. Ele é uma crescente desde o segundo semestre do ano passado. Não só o aumento mas a escassez do produto. Com as altas frequentes, o produto final consequentemente também tem um reajuste. Hoje, os insumos estão na casa de 35,40% mais caro do que o início de 2020, consequentemente, vai tornar o produto final que é o imóvel, 30% mais caro”, avalia.
Além disso, de acordo com o presidente do SindusCon-MS, Amarildo Miranda Melo, esses reajustes podem resultar na paralisação de algumas obras. No entanto, a tendência é de que se normalizem. “Isso pode impactar negativamente nas obras. Algumas podem paralisar, outras continuar. Mas o que todo mundo quer é começar e terminar as obras. A tendência é de melhorar no segundo semestre”, enfatiza.
Melo afirma que o que puxou as majorações foi o fato de algumas indústrias reduzirem sua capacidade de
produção no ano passado, em razão da pandemia. “Principalmente as indústrias de cimenteira, PVC e aço. Quando elas voltaram a produção normal aproveitaram para aumentar os preços e recuperar o tempo que ficou com o autoforno desligado, por exemplo”, explica.
Insumos
Os itens básicos que apresentaram diferença foram o tubo PVC rígido leve (400 mm): era R$ 150,11 e foi para R$ 211,82 o metro. Para esse item, a elevação foi de 41,11% entre novembro de 2020 e fevereiro deste ano. O tubo PVC rígido leve (300 mm) era R$ 67,60 e foi para R$ 92,40 (36,69%).
O tijolo de oito furos tem elevação de 2,35%. Em novembro do ano passado, o item estava R$ 0,85 e em fevereiro subiu para R$ 0,87. O metro cúbico da areia saiu de R$ 60 para R$ 65. Aumento de 8,33%. Aço fino de 3,4 a 6 mm (CA 60) era R$ 13,48 e passou para R$ 14,12 (4,75%). A tábua de madeira, de R$ 15 subiu para R$ 15,75 (5%).
Custo do metro quadrado subiu até 0,76% no Estado
Entre novembro do ano passado e janeiro deste ano, o metro quadrado dos Custos Unitários Básicos de Construção (CUB) subiu até 0,76%, dependendo do padrão da casa. Nas residências populares, o aumento foi de 0,66%. Era R$ 1.263,39 o metro quadrado e passou para R$ 1.271,69.
Na residência unifamiliar de padrão baixo a elevação foi de 0,76%, saindo de R$ 1.272,74 para R$ 1.282,42. Prédio popular no mesmo padrão saiu de R$ 1.233,24 para R$ 1.239,02 o m2 (0,47%). O projeto de uma residência multifamiliar subiu 0,44%, saindo de R$ 1.171,45 para R$ 1.176,68.
Na construção de padrão normal, na residência unifamiliar a elevação foi de 0,69%; saiu de R$ 1.488,88 para R$ 1.499,08. No prédio popular a variação entre novembro de 2020 e janeiro de 2021 foi de 0,54%. O preço era R$ 1.447,97 e foi para R$ 1.454,32. Ainda no padrão normal, a residência multifamiliar cresceu 0,40%, saindo de R$ 1.270,38 para R$ 1.275,49 o m2.
(Texto: Izabela Cavalcanti)