Impostômetro da ACICG deve fechar com arrecadação 5% maior

O impostômetro da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande) poderá bater a casa dos R$ 1,12 bilhão até o final deste ano. O valor representa um incremento em torno de 5% maior que o R$ 1,06 bilhão arrecadados pelo município no ano passado. Até o momento, foram arrecadados R$ 1,06 bilhão.

Em Mato Grosso do Sul, o valor pago de impostos deve passar de R$ 25,2 bilhões em 2018 para R$ 25,5 bilhões em 2019 (+1,1%). Com uma arrecadação federal de R$2,38 trilhões no montante registrado nos 12 meses de 2018, a expectativa é de que em 2019 seja superior a R$ 2,39 trilhões.

Segundo Roberto Oshiro, advogado tributarista e diretor da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), tal valor se deve aos aumentos de impostos aplicados principalmente pelo município e pelo Estado. Os montantes arrecadados pelo Estado e União também serão maiores. O impostômetro leva em consideração as estimativas do ano anterior com os resultados obtidos nos últimos meses do ano corrente, e ele afirma ainda que mesmo em um período de crise, os valores dos impostos pagos pelos brasileiros, só cresce.

“O impostômetro ele faz o cálculo com base nas estimativas do ano anterior, e no comportamento da arrecadação de tributos mês a mês do ano corrente. Tanto o Estado, o município, e a arrecadação federal provavelmente vão arrecadar mais impostos que no ano anterior, mesmo passando por um período de crise”, explicou.

Questionado sobre o que levou a tais resultados, o especialista destaca que os impostos são os grandes vilões da população, que chegam a superar os aumentos obtidos com o PIB (Produto Interno Bruto).

“Isso se deve ao aumento de impostos, além da recomposição do índice infracionário da maioria dos tributos e a arrecadação baseada nas operações de Refis. Tudo isso causa um incremento de arrecadação. É importante ressaltar que o PIB cresce menos que a arrecadação quando se observa os resultados dos últimos dez anos, vemos que a população acaba pagando um percentual de impostos maior do que ela produz, mas há uma expectativa de queda nessa proporção”, afirmou ele, que completou destacando a importância da retomada da economia e uma efetiva redução da carga tributaria sobre a população.

Oshiro explica que será necessário mudanças significativas e que nem mesmo a Reforma Tributária, poderia representar a solução. “A reforma tributária, pelo que eu tenho acompanhado, é que o projeto que está na Câmara, ela aumenta a carga tributária, o que não ajudaria. O que está no Senado acredito que seja um pouco menos pior, já que tem uma perspectiva de redução de carga. Além disso, o que o governo enviou também tem a possibilidade da redução dos impostos federais, deixando em aberto os impostos de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e outros impostos. Acredito que essa vai repercutir na cadeia produtiva e nos preços aplicados ao consumidor. Parece que a proposta que vai vigorar é a do Senado, mas, de qualquer forma, ela precisa de ajustes para não prejudicar principalmente o setor de serviços”, contou.

Gasolina mais cara

Sobre o futuro dos preços da gasolina, um dos produtos que mais aumentaram nos últimos meses, Oshiro afirma que nos próximos meses a tendência é o encarecimento. “A arrecadação estadual que teve um aumento significativo que vai repercutir no final do ano e no fechamento da arrecadação, mas a população vai sentir mais no ano que vem. O aumento, por exemplo, da gasolina, ele tem que respeitar uns três meses estabelecidos em lei por isso, vai repercutir nas bombas por volta de fevereiro ou março, o consumidor vai sentir o aumento que houve agora, e o governo deve aumentar a pauta de base de cálculo, então vai ser superior aos 5% da alíquota”, finalizou.

(Texto: Michelly Perez)

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