Ao longo dos últimos 12 meses, de novembro de 2019 a novembro de 2020, as importações de leite subiram 117% no Brasil, segundo boletim do Centro de Inteligência do Leite, produzido pela Embrapa Gado de Leite.
Para analistas de mercado, o principal motivo é a falta do produto aqui no Brasil, já que a demanda aumentou no período de isolamento social na pandemia. “A Covid-19 contribuiu como fator decisivo no aumento dos consumos dos produtos lácteos como todo. A injeção do auxílio emergencial também ajudou com os que não tinham acesso começassem a comprar para seus lares”, disse o presidente da Conseleite do Rio Grande do Sul, Rodrigo Ramos Rizzo.
Segundo ele, o Brasil se consolidou em 2020 como grande importador e também exportador de produtos da cadeia do leite. “ A Farsul nos disse que o Brasil exportou para 202 países, ou seja, somos exportadores e importadores. Por uma questão de logística, importamos basicamente do Uruguai e Argentina, até mesmo esses países têm isenção tarifária para exportar ao Brasil”, sinalizou.
No balanço do ano, Rizzo lembra que o pecuarista teve grandes desafios e é assim que começa o ano de 2021. “Enfrentamos secas prolongadas e a pandemia. Deus queira que tenhamos chuvas regulares, porque a safra de milho no Rio Grande do Sul teve uma perda de 59% na primeira safra e isso gera um impacto muito grande no produtor de leite, pois gera aumento de custos para o produtor e para a indústria”.
Segundo ele, o ano começará com o sinal de alerta ligado. “Temos informações de que produtores estão descartando animais que talvez não precisassem ser descartados. Algumas vacas estão sendo inseminadas com sêmen de pecuária de corte, pois se mostrou mais rentável. Essa é a nossa realidade de momento”, concluiu.
(Com informações: Canal Rural)