Cerca de 100 mil caminhoneiros autônomos de todo o país devem ser beneficiados com a criação de cooperativas de transporte rodoviário de cargas. Lançado na quinta-feira (19) pelos ministros da Cidadania, Osmar Terra, e da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, o Roda Bem Caminhoneiro tem o objetivo de melhorar a renda e a qualidade de vida da categoria.
O programa prevê a instalação de 100 kits básicos de infraestrutura para cooperativas novas e existentes. Cada uma terá assessoramento técnico, apoio em infraestrutura, tanque para abastecimento próprio e escritório-contêiner com computador com software de gestão. O prazo de implantação do Roda Bem é de 18 meses.
Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a frota brasileira de caminhões é de 1,941 milhão de unidades. Do total, cerca de 703 mil veículos são de caminhoneiros autônomos e apenas 26 mil são cooperados.
Apesar disso, de acordo com Osmar Terra, os empresários ainda lucram muito mais que os profissionais autônomos. “Há um desequilíbrio entre o transportador autônomo e quem transporta em grande escala. O que nós estamos proporcionando aos caminhoneiros nesse momento é terem a oportunidade de ter escala, de se organizarem em cooperativa”, disse o ministro.
Os caminhoneiros também contarão com a tecnologia para melhorar a renda. Por meio de um aplicativo de celular eles terão, por exemplo, acesso a sistema de pregão eletrônico para compra coletiva. Isso proporcionará redução no preço dos insumos necessários para o transporte rodoviário de cargas, como óleo diesel, lubrificantes, pneus e peças.
Para Osmar Terra, o programa reforça o compromisso do governo com os caminhoneiros, buscando melhorar as condições de trabalho e de remuneração da categoria. “O que derruba muito o frete, encarece o frete, é ter um intermediário que só por ter um escritório ganha mais que o caminhoneiro que transporta. Tudo isso ajuda o caminhoneiro a viver melhor”, acrescentou.
Também em ambiente digital, o programa fortalece a negociação de frete diretamente com os embarcadores, como indústrias, empresas do agronegócio e cooperativas de produtores. (João Fernandes com Só Notícias)