Governo eleva expectativa de inflação em 2022 de 4,7% para 6,5%

O Governo Federal cortou hoje (17) a projeção para o crescimento da economia neste ano de 2,1% para 1,5% e elevou a expectativa de inflação em quase dois pontos percentuais, de 4,7% para 6,55%.
As previsões foram atualizadas pelo Ministério da Economia e incorporam os efeitos da guerra na Ucrânia.

Segundo o Ministério da Economia, o avanço da inflação é resultado da elevação dos preços internacionais do petróleo e de commodities agrícolas em decorrência da guerra na Europa. A taxa prevista de 6,55% para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), índice oficial, passa a superar a meta a ser perseguida pelo Banco Central (que vai de 2% a 5%).

O ministério destaca que a inflação registrada até agora vem sendo impulsionada pelos grupos de transportes (que acumula 18,26% de inflação em 12 meses terminados em fevereiro), devido ao avanço nos combustíveis, e alimentação (9,12%).

Outros indicadores apontam um avanço ainda maior para os preços neste ano, com taxas que já alcançam dois dígitos. A estimativa para o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), voltado à inflação sentida pelos brasileiros com renda menor, saltou de 4,25% para 6,7%. Já o IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna), que tem uma abrangência maior ao englobar o setor atacadista e a construção civil, quase dobrou -de 5,42% para 10,01%.

Pedro Calhman, secretário de Política Econômica, afirma que as estimativas para atividade e para os preços incorporam os efeitos da guerra na Europa com dados atualizados entre 9 e 11 de março. Segundo ele, não é possível calcular isoladamente quanto os indicadores são afetados pelo conflito -que continua como um fator de risco para o país.

A conjuntura pressiona ainda mais os preços no momento em que já se completa um ano de escalada dos juros no Brasil, medida tomada como resposta à inflação. Nesta quarta-feira (16), o Copom (Comitê de Política Econômica) do BC elevou a taxa básica (Selic) em 1 ponto percentual, de 10,75% para 11,75% ao ano.

Positivismo

Apesar do cenário, a pasta afirma que há fatores que contribuirão para a economia em 2022. “Apesar dos efeitos da maior incerteza global, decorrente da guerra na Ucrânia, e do menor carregamento estatístico do PIB, os fundamentos para o crescimento continuam presentes, principalmente com o possível arrefecimento dos choques negativos de oferta como a crise hídrica, quebra de cadeias de valor e pandemia”, afirma a pasta.

Com informações da Folhapress

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