A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) aponta crescimento no número de famílias com compromissos parcelados neste mês de junho frente a maio e também das que declaram estar com contas em atraso, em Campo Grande.
Em junho, 61% das famílias entrevistadas declararam ter dívidas como: cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimo pessoal, prestações de carro e seguros. O índice em maio era de 58,4%. Em relação às contas em atraso, o índice passou de 31,3% a 33,2%.
O cartão de crédito é apontado por 57,8% como o principal meio de endividamento, seguido dos carnês, 29,1% e financiamentos de carro (14,1%) e casa (14,9%).
Segundo a economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio MS (IPF-MS), Daniela Dias, “Podemos verificar que a pandemia do Covid-19 (coronavírus) trouxe diversos impactos negativos sobre a vida das pessoas, dentre eles o medo do contágio, demissões, suspensão de contratos de trabalho e reduções salariais. Apesar disso, nos últimos dias percebemos resultados menos piores, na comparação, ao mês de abril, por exemplo, uma vez que houve redução da intensidade das quedas nos faturamentos das empresas e nas demissões.
”Além disso, podemos notar que o índice de pessoas que declararam que não teriam condições de pagar suas contas se manteve praticamente estável, em 10,8%. Assim, apesar do aumento do número de endividados e daqueles que estão com contas em atraso, ainda sim temos indicadores com resultados menos negativos”, observa.
“Cabe destacar que a forma de pagamento tem se demonstrado como um grande diferencial neste momento, principalmente no que tange a pagamentos a vista e que detenham algum tipo de desconto ou benefício. Esse pode ser um importante mecanismo tanto para lojistas, quanto para consumidores, que estão na busca pelo equilíbrio orçamentário. Para aqueles que já estão com contas em atraso, a renegociação como a de redução de taxas de juros, prazos e quantidade de parcelas, pode se demonstrar como alternativa para buscar o equilíbrio financeiro mais adiante”, complementa Daniela Dias.
(Texto: João Fernandes com Fecomercio)