O dólar renovou mais uma vez sua máxima histórica na abertura desta quinta-feira (27), superando 4,48 reais pela primeira vez e subindo pela sétima sessão consecutiva em meio a temores sobre a expansão do coronavírus fora da China.
Às 10h40, o dólar avançava 1,271% e era negociado por 4,5006 reais na venda.
A alta do dólar frente ao real é reflexo da busca por ativos de segurança, segundo Pablo Spyer, diretor de operações da corretora Mirae Asset. “É um movimento de fortificação do dólar com uma pitada de aversão a risco . O cara vende a Bolsa e manda o dinheiro de volta para os Estados Unidos para comprar título de renda fixa”, disse.
Com rendimento inversamente proporcional à demanda, os títulos americanos pré-fixados de 10 anos estão na mínima histórica, com retornos de 1,274% ao ano. Nesta quinta-feira, o ativo se encaminha para o sétimo pregão consecutivo de queda, desvalorizando-se 2,76%. “Ou seja, está todo mundo comprando ativos conservadores nos Estados Unidos”, afirmou Spyer.
Em tentativa de limitar a disparada do dólar, o Banco Central realizará neste pregão leilão extraordinário de até 20 mil contratos de swap tradicional com vencimento em agosto, outubro e dezembro de 2020, conforme anunciado na quarta-feira (26). Ontem, a atuação do BC no mercado de câmbio não surtiu efeito no dólar, que se manteve em trajetória de alta por toda a tarde.
“A atuação do BC no mercado de câmbio ontem foi irrelevante devido ao horário. [Hoje], o BC deve atuar antes da formação da Ptax. Como ontem o pregão foi mais curto, o leilão não pegou a formação do preço”, afirmou Alexandre Cabral, economista e professor da FIA-Labfin. Na véspera, a divisa norte-americana subiu 1,16% e encerrou cotada a 4,4441 reais na venda, máxima recorde para fechamento.
(Texto: Metrópoles)