Do eucalipto ao Vale da Celulose, MS vive o melhor momento na silvicultura aos 48 anos

Foto: Roberta Martins
Foto: Roberta Martins

Com 1,5 milhões de hectares, o Estado se posiciona entre as regiões de maior área florestal

 

O Estado dos campos verdes celebra neste sábado 48 anos de história.  Mato Grosso do Sul que é conhecido pela pujança na agricultura e pecuária, neste ano vive um dos melhores momentos em outro setor: a silvicultura. E é justamente, o desempenho na atividade que nossas terras também ficaram conhecidas como Vale da Celulose com destaque no cenário nacional.

Mato Grosso do Sul vem registrando expansão na silvicultura desde de 2024, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). “Em 2024, com os avanços do plantio de eucalipto, o Mato Grosso do Sul passou de 7º para 5º em valor de produção em silvicultura. O crescimento da produção tem se dado por Mato Grosso do Sul, com destaque para o município de Três Lagoas, que passou de 6º para 2º no ranking entre municípios”, explica o gerente de Agricultura do IBGE, Carlos Guedes.

Mato Grosso do Sul possui a segunda maior área de florestas plantadas, com 1,5 milhão de hectares, dos quais 99,6% são plantios de eucalipto. Dos dez municípios com maiores áreas de floresta plantadas, seis deles ficam em MS. “E, de novo, nos municípios do Mato Grosso do Sul, podemos ver a expansão das áreas de silvicultura. Ribas do Rio Pardo, com 381,6 mil hectares, tem a maior área plantada do Brasil, cresceu 17,4% em relação a 2023 e aumentou de 3,4% para 3,9% a participação nacional”, aponta Guedes.

Para o secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável da Semadesc, Rogério Thomitão Beretta, esse crescimento se deu em áreas já antropizadas, garantindo sustentabilidade. “O Governo do Estado tem assegurado segurança jurídica, incentivos fiscais, investimentos logísticos e infraestrutura, como a concessão das rodovias estratégicas, aeroportos e a Rota Bioceânica, que farão do Mato Grosso do Sul um hub logístico da América do Sul”, destacou.

A história da MS Florestal se confunde com a trajetória do Estado. A empresa é referência na produção de madeira de eucalipto para celulose, com operações em Campo Grande e Água Clara. O Head de Operações Florestais da MS Florestal, José Márcio Bizon, detalhou sobre a atuação em MS.

“Hoje, nossas operações de silvicultura estão concentradas em municípios como Água Clara, onde mantemos um viveiro com capacidade para 40 milhões de mudas por ano, e Bataguassu, além de outras regiões do Vale da Celulose. Essa presença no interior tem impulsionado o desenvolvimento local, com a geração de mais de 2 mil empregos diretos e indiretos e investimentos contínuos em capacitação profissional e retenção de talentos regionais”, ressalta Bizon.

Presença das maiores fabricantes em MS

A consolidação de Vale da Celulose ocorre justamente pela presença de gigantes produtores do setor nos municípios do Estado. Com 330,3 km de distância da Capital do Estado, Inocência será a casa do Projeto Sucuriú do Grupo Arauco com investimentos de R$25 bilhões, a previsão de operação em 2027 e produção de até 3,5 milhões de toneladas por ano. Outra construção que está “saindo do forno” voltada para celulose solúvel é da Bracell. A empresa promete transformar a cidade de Bataguassu, o investimento é de R$ 16 bilhões.

O projeto Cerrado da Suzano, em Ribas do Rio Pardo, foi inaugurado no fim do ano passado, com investimento de R$ 22,2 bilhões e capacidade de 2,55 milhões de toneladas/ano. Em Três Lagoas também acontece a ampliação das operações da Eldorado, reforçando o protagonismo da região.

Foto: Marcos Maluf/ Arquivo

A escolha de inaugurar em Mato Grosso do Sul, um dos maiores investimentos da Arauco foi motivada por uma série de fatores estratégicos, conforme frisou o Diretor de Sustentabilidade e Relações Institucionais da Arauco, Theófilo Militão. A multinacional se preparada para em 2027, inaugurar sua primeira fábrica de celulose brasileira em Inocência

“Entre os principais fatores decisivos, estão as condições adequadas para o cultivo do eucalipto com produtividade elevada, as políticas públicas pertinentes pelo estado e a localização de Inocência (MS) que são estratégicas do ponto de vista logístico para o escoamento da produção aos principais portos e mercados consumidores”, detalha.

O Projeto Sucuriú marca a entrada da Arauco no negócio de celulose no Brasil “Desde 2022, quando iniciamos os estudos para a implantação do Projeto, ouvimos as comunidades, entendemos seus anseios e, alinhados ao poder público, planejamos um crescimento coletivo pautado no respeito, no cuidado e na preservação”.

Ainda segundo pontuou Theófilo, o ambiente regulatório e institucional é favorável em Mato Grosso do Sul, que se consolida como polo de desenvolvimento do setor de base florestal, com segurança jurídica e apoio do poder público estadual e municipal. “Uma parceria essencial para que a Arauco possa estruturar este Projeto dentro dos mais altos padrões ambientais, sociais e de governança”, definiu.

Carteira assinada

Conforme cálculos da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), os projetos no setor de celulose em Mato Grosso do Sul devem gerar cerca de 24 mil empregos diretos, considerando o ano de 2032 – quando todas unidades industriais já estarão em plena operação.

Atualmente, mais de seis mil profissionais estão envolvidos na implantação do Projeto Sucuriú. Durante a fase de construção, estima-se a geração de até 14 mil empregos temporários na região. Para a fase de operação, que deverá iniciar no final de 2027, estão previstos cerca de 6 mil colaboradores participantes nas áreas Industrial, Florestal e Logística.

O projeto cerrado, contratou no pico da construção mais de 10 mil trabalhadores, e no início das operações 3 mil colaboradores trabalham nas atividades industrial, florestal e de logística da nova unidade, em Ribas do Rio Pardo.

 

Por Suzi Jarde

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