Designers e arquitetos da Capital lançam móveis otimizados

arquivo pessoal
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Pensando em criar peças próprias, inéditas, de fácil montagem e fabricação um grupo de designers e arquitetos de Campo Grande criou o Co-Fab. Com características de startup, ou seja, fácil de reproduzir em larga escala em qualquer parte do mundo, os quatro profissionais conseguiram ser contemplados no programa Centelha que incentiva financeiramente estas ideias e, em dois meses, devem fazer o pré-lançamento do seu primeiro móvel otimizado.

Ainda elaborando as redes sociais (@_cofab no instagram), Eduardo Azevedo, Paulo Domingos, Gustavo Ignácio e Felipe Takei não começaram com este nome. De acordo com Paulo, inicialmente era um coletivo de colaboração, então escolheram o nome de Cola-Bor. Eram dois laboratórios, um de estudo de urbanismo e outro de estudo de fabricação digital. Além disso, o grupo explorava a melhor maneira de utilizar uma plataforma de marketing place. É desta maneira que eles vão testando o que fabricam, ainda como protótipos e analisando o que é mais aceito no mercado comercialmente.

“Fizemos um trabalho no começo de 2020 e vimos que Mato Grosso do Sul é um mercado um pouco mais fechado, mais voltado para Prefeitura e licitação. Agora vamos dar o foco no co-fab, que é cofabricação com mais abertura para outros empresários, mais livre para podermos desenhar, fabricar e criar mais parcerias”, explicou Paulo.

parceria

O grupo está em parceira com uma marcenaria de amigos de faculdade. “Usamos o espaço deles e em troca fazemos o estudo de como melhor usar a máquina CNC Router deles. Ela fica parada e é um desperdício porque é uma máquina que custa mais de 50 mil reais ficar parada”, conta. Um dos contemplados do programa Centelha MS, o Co-Fab pretende adquirir com o dinheiro do programa, sua própria CNC à laser, o que chama de Fields Factory. “Com a máquina fazemos o arquivo de casa e ela produz direto do PC. O objetivo é investir na produção de produtos mobiliários”, destaca.

A produção do Co-Fab ainda está nos protótipos, mas o objetivo é escolher o produto novo e começara a campanha de divulgação até março. “Nossos produtos são mobiliários no estilo quebra-cabeça. São muito rápido e práticos de montar e transportar. São um pouco mais acessíveis que o designer autoral, que é mais caro. Temos pensando em criar produtos multiúso como uma casinha de cachorro que já guarda tudo do animal. Pensamos em fazer coisas que já existem mas customizadas e otimizadas e coisas mais ousadas como multiúso”, pontua Eduardo.

Eduardo diz que seus produtos são sustentáveis por não haver desperdício. Além disso primam pela flexibilidade do material que também deve ser simples e bonito. A equipe é menor e muita coisa foi adaptada. “Começamos com uma pegada diferente e com muito mais gente. Muitos decidiram sair, muita coisa deu errada e muita deu certa. Reformulamos para chegar onde estamos agora. Saímos da colaboração para a cofabricação. Temos mais parcerias fechadas com produtos diferente e originais”, resume.

Ideia escalável

A Co-Fab tem protótipos de cadeiras, bancos, mobiliário de casa em geral e escritório. Mas, antes de chegar ao produto final e entrar realmente no mercado estão testando vário objetos. Para se fabricar como eles fazem é preciso um computador ou nootebook, o software adequado de programa de modelagem e a máquina de corte. Ou seja, é tudo feito por meio de fabricação digital. Porém, há algo a mais na produção deste grupo de designers e arquitetos.

“Fazemos formas mais orgânicas com chapas de madeiras. Nosso lema é: ‘tem que ser bonito e tem que funcionar’. É um funcionalismo carinhoso. A gente pensa bastante no que está fazendo e depois pensamos em como refinar. Como se fosse um trabalho de escultura. Usamos MDF e compensados. Usamos tudo que seja chapas em geral. Elas são sustentáveis por serem renováveis. Pensamos em adaptar o que criamos para facilitar nosso cotidiano. Evitamos coisas a mais como parafusos e conexões. Isso facilita a montagem. a ideia é que as pessoas recebam as peças em uma sacolinha e monte em casa”, conclui.

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