O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (14) que a taxa média de desocupação teve queda em 16 estados do Brasil em 2019, acompanhando a média nacional, que caiu de 12,3% em 2018 para 11,9% no ano passado. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).
Em contraponto, a taxa de informalidade atingiu em 2019 seu maior nível desde 2016 no Brasil (41,1%) e também em 20 estados. O termo se refere à soma dos trabalhadores sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira, empregador sem CNPJ, conta própria sem CNPJ e trabalhador familiar auxiliar.
A população ocupada também aumentou no Brasil (2%) e em 23 estados, totalizando 93,4 milhões de trabalhadores em 2019. A analista da pesquisa, Adriana Beringuy, explica a relação entre o aumento da população empregada no país e o aumento da informalidade.
“Mesmo com a queda no desemprego, em vários estados a gente observa que a taxa de informalidade é superior ao crescimento da população ocupada. No Brasil, do acréscimo de 1,819 milhão de pessoas ocupadas, um milhão é de pessoas na condição de trabalhador informal. Em praticamente todo o país, quem tem sustentado o crescimento da ocupação é a informalidade”, disse.
Desemprego por região
Segundo o IBGE, as maiores taxas de desemprego foram registradas no Amapá (17,4%) e na Bahia (17,2%). As menores, por sua vez, foram registradas em Santa Catarina (6,1%) e nos estados de Rondônia, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, com 8% na média anual.
Informalidade
O IBGE ainda informou que a taxa média nacional de informalidade foi superada em 18 estados, variando de 41,2%, em Goiás, até 62,4% no Pará. Em 11 desses 18 estados, a taxa de informalidade ultrapassou 50% e apenas Distrito Federal (29,6%) e Santa Catarina (27,3%) tiveram taxas de informalidade abaixo de 30%.
Desocupação caiu no 4º trimestre
A taxa de desocupação no quarto trimestre de 2019 foi de 11%, caindo 0,8 ponto percentual em relação ao terceiro trimestre de 2019 (11,8%). Na comparação com o quarto trimestre de 2018 (11,6%), houve queda de 0,6 ponto percentual.
Subutilização tem leve queda
A taxa média anual de subutilização de 2019 ficou em 24,2%, pouco menor que a de 2018 (24,3%). Entre os estados, as maiores taxas médias anuais foram registradas no Piauí (42,0%) e Maranhão (40,5%) e as menores em Santa Catarina (10,9%), Mato Grosso (15,0%) e Rio Grande do Sul (15,6%).
A subutilização leva em conta: pessoas desocupadas (não trabalham, mas procuraram trabalho nos 30 dias anteriores à pesquisa) pessoas que gostariam de estar trabalhando mais horas por dia pessoas que gostariam de trabalhar, mas não procuraram trabalho nos 30 dias anteriores à pesquisa, ou procuraram mas não estavam disponíveis para trabalhar no momento da pesquisa.
Metodologia da pesquisa
A Pnad Contínua é realizada em 211.344 casas em cerca de 3.500 municípios. O IBGE considera desempregado quem não tem trabalho e procurou algum nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados. Existem outros números sobre desemprego, apresentados pelo Ministério da Economia, com base no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Os dados são mais restritos porque consideram apenas os empregos com carteira assinada.
(Uol)