De olho na cria

Artigo

No cenário atual, em que houve uma diminuição do rebanho nacional Brasileiro nos últimos três anos, seguidas perdas Chinesas como grande produtora e consumidora de proteína animal, primeiro com a peste suína Africana, agora com a gripe aviária atacando as granjas, temos que voltar os olhos para a cria.

Por que?

Com a alta da arroba no final do ano passado, o número de matrizes aumentou na escala dos frigoríficos, fazendo subir o número de abate de fêmeas e consequentemente, diminuindo a reposição futura.

Nas áreas boas e férteis onde havia grande quantidade de vacas, a agricultura tomou o lugar da pecuária por sua alta rentabilidade, levando, por sua vez, a engorda para áreas de terras mais fracas. O reflexo disso são que os confinamentos estão tendo dificuldade de reposição de animais de qualidade.

Para mudar esse cenário, o desafio da cria passa a ser mais rentável aumentando o peso produzido por hectare, e há bons exemplos em muitas fazendas de cria.  A questão é: como aumentar a rentabilidade?

Os animais de qualidade vêm ganhando valor no mercado de reposição e isso é um trabalho que começa antes de a vaca emprenhar. No planejamento de sua fazenda a médio prazo, há várias ferramentas disponíveis no mercado, como a IATF. Segundo a ASBIA (Associação Brasileira de Inseminação Artificial) houve um aumento de 18,8% no número de inseminações em 2019 em relação a 2018, indo de 15.367.943 para 18.886.557 doses, um número ainda pequeno em relação ao rebanho nacional.

O manejo de maternidade aliado ao de pasto cria um exponencial aumento de peso de bezerros desmamados, e consequentemente, um aumento de rentabilidade para a fazenda. Com um pouco mais de investimento em produção é possível, em termos gerais, ter um aumento de 20 kg por bezerro, ou aproximadamente R$180,00. Há uma tendência que o mercado de cria aqueça nos próximos anos, e muitos produtores venham olhar com melhores olhos esse setor da produção, então é a hora de quem já tem as vacas no pasto investir um pouco mais em planejamento e tecnologia para aproveitar o aumento da maré.

(Caio de Paula)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *