Apesar do arrefecimento previsto para os preços dos alimentos, a inflação em dezembro deverá continuar alta, puxada principalmente por gastos com mensalidades escolares e pelo aumento na bandeira tarifária da conta de luz, informou o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
Em ata da reunião da semana passada, divulgada hoje (15), o Copom revela que as últimas leituras de inflação “foram acima do esperado”, mas que a projeção apresenta-se “subjacente em níveis compatíveis com o cumprimento da meta para a inflação”.
“Apesar da pressão inflacionária mais forte no curto prazo, o Comitê mantém o diagnóstico de que os choques atuais são temporários, mas segue monitorando sua evolução com atenção, em particular as medidas de inflação subjacente”, disse o comitê.
De acordo com o Copom, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2020 está em 4,3%. A projeção leva em conta o cenário que utiliza juro fixo e câmbio variando conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC). A projeção é ancorada na taxa Selic a 2% ao ano e câmbio partindo de R$ 5,25. Para 2021, a projeção está em 3,5% e para 2022 está em 4%.
No cenário externo, o comitê avalia que “a ressurgência da pandemia em algumas das principais economias tem revertido os ganhos na mobilidade e deverá afetar a atividade econômica no curto prazo.”
O comitê avalia ainda que os resultados promissores nos testes das vacinas contra a covid-19 tendem a trazer melhora da confiança e normalização da atividade no médio prazo.
Já em relação à atividade econômica brasileira, a ata do Copom registra que os indicadores recentes sugerem a continuidade da recuperação desigual entre setores, em linha com o esperado.
“Contudo, prospectivamente, a incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia permanece acima da usual, sobretudo para o período a partir do final deste ano, concomitantemente ao esperado arrefecimento dos efeitos dos auxílios emergenciais”.
Agência Brasil