Prévia do IPCA sobe para 0,33% puxada por energia elétrica e tarifas em capitais; alimentos aliviam o índice pelo segundo mês seguido
O custo da energia elétrica voltou a pesar no bolso do consumidor em julho e foi o principal responsável pela aceleração da prévia da inflação, que subiu 0,33%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (25) pelo IBGE. O resultado, acima do 0,26% registrado em junho, é influenciado pela bandeira vermelha na conta de luz e por reajustes em cinco capitais.
Apesar disso, a inflação não avançou ainda mais graças à queda nos preços dos alimentos, que recuaram pelo segundo mês consecutivo. Com o novo resultado, o IPCA-15 acumula alta de 5,3% nos últimos 12 meses, acima do teto da meta estipulada pelo governo federal, de 4,5%. Em julho do ano passado, a taxa havia sido de 0,30%.
Entre os nove grupos pesquisados, cinco tiveram alta. O grupo habitação teve o maior impacto (0,15 ponto percentual), com aumento de 0,98%, puxado pela energia elétrica residencial, que subiu 3,01%. O item foi afetado pela cobrança adicional de R$4,46 a cada 100 kWh, mantida em julho com a bandeira vermelha patamar 1. Além disso, reajustes em Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro contribuíram para o aumento.
Os transportes também pressionaram o índice, com alta de 0,67%, especialmente por causa do salto nas passagens aéreas (19,86%) e no preço de aplicativos de transporte (14,55%). Por outro lado, os combustíveis apresentaram queda (-0,57%), com redução nos preços da gasolina (-0,50%), etanol (-0,83%), diesel (-1,09%) e gás veicular (-1,21%). A gasolina, item com maior peso na cesta, foi o subitem com maior impacto de queda no índice (-0,03 ponto percentual).
Já o grupo alimentação e bebidas teve recuo de 0,06%, graças a reduções significativas nos preços da batata-inglesa (-10,48%), cebola (-9,08%) e arroz (-2,69%). Mesmo com essas quedas recentes, o grupo ainda acumula alta de 7,36% em 12 meses, a maior entre todos os componentes do IPCA-15. Segundo o IBGE, a safra recorde prevista para este ano tem ajudado a conter os preços.
Outros grupos apresentaram pequenas variações: saúde e cuidados pessoais (0,21%), despesas pessoais (0,25%) e comunicação (0,11%) subiram, enquanto vestuário (-0,10%) e artigos de residência (-0,02%) recuaram. Educação não teve variação.
O IPCA-15 é considerado uma prévia da inflação oficial (IPCA) e serve como termômetro para a política monetária do governo. A metodologia é similar, mas com período de coleta diferente: para julho, os preços foram coletados entre 14 de junho e 15 de julho. O IPCA cheio do mês será divulgado no dia 12 de agosto.
*Com informações da Agência Brasil
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