O setor da construção civil está em festa na Capital com o anúncio da CEF (Caixa Econômica Federal) das novas regras para o financiamento imobiliário, que será indexada ao IPCA e terá taxas variando de 2,95% a 4,95% ao ano. A nova modalidade de financiamento estará disponível a partir do dia 26 de agosto.
O IPCA é o índice oficial da inflação do Brasil. Na prática, a parcela do financiamento vai flutuar de acordo com as oscilações inflacionárias. O governo espera com a medida diminuir de 35 a 51% a prestação mensal, e consequente estimular o setor da construção civil que é um termômetro da economia.
O presidente da ACOMASUL (Associação dos Construtores de Mato Grosso do Sul), Adão Castilho, afirmou que o IPCA atrelado aos contratos é muito bem-vindo. “Estaremos trabalhando com a realidade de mercado. A TR no ano passado ficou em 0% e os juros bancários variando entre 8 e 10% no financiamento imobiliário. Com a inflação controlada, a prestação da casa própria será mais em conta. É bom para quem compra e bom também para nós empresários que vamos investir com a certeza de que teremos mais demanda”, avalia Castilho.
Para o presidente da FENAPC (Federação Nacional dos Pequenos Construtores), Fabiano Zica, a nova modalidade tende a atrair muito mais recursos para os financiamentos habitacionais. “Diminui nossa dependência do único funding (FGTS), que tem imprevisibilidade por vários motivos, como autorização de uso para outros fins e saques. Além disso, a taxa de juros do financiamento imobiliário será sempre real”, explica Zica.
Pequenos contrutores têm peso importante no mercado geral
Os pequenos empresários da construção civil são responsáveis por 42% dos imóveis financiados pelo programa Minha Casa Minha Vida. Fabiano Zica afirma que nos últimos quatro anos, muita gente ficou pelo menos 30 dias sem assinar contratos do programa Minha Casa Minha Vida por conta da limitação do FGTS, o que muda com este novo cenário.
Ainda segundo Zica, é muito importante que esta nova modalidade seja possível também para as pessoas de menor renda. “Hoje, o sistema não aceita para pessoas de menor renda. A FENAPC defende que as pessoas mais pobres tenham acesso a todas as possibilidades de financiamento”, conclui Zica. (Tayanara Foglia)