Contas de energia já subiram mais de 30% e devem ter mais impactos com bandeira vermelha
A energia mais cara, puxada pela tarifação de bandeira vermelha deverá pesar também para os moradores de condomínios que dividem o consumo de luz em áreas de uso comum, do prédio.
Em condomínios consultados pela reportagem, já foi possível encontrar uma grande diferença na cobrança. Em abril, em um condomínio da capital, a despesa com os serviços ficou em R$ 2.652, dividido entre os moradores. Em maio, o valor subiu para R$ 3.555, um aumento de 34%.
A majoração se deu pelo reajuste em abril da tarifa da Energisa. No entanto, o impacto causado pela inserção da bandeira vermelha na fatura dos consumidores já é sentido em diversos aspectos.
Segundo anúncio da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), o custo da energia elétrica deve sofrer elevação de mais de 20%. Atualmente, as faturas já estão com adição da bandeira vermelha patamar 2 devido ao acionamento de usinas termelétricas, para compensar a produção das hidrelétricas afetadas pela ausência de chuvas no país.
Embora as altas sejam perceptíveis, de acordo com o gestor da empresa Alternativa, a administradora de condomínios em Campo Grande, Leandro Almeida, os repasses ao morador devem ser estudados previamente para que haja a compensação justa pelos usuários dos espaços comuns do prédio.
“Qualquer reajuste tem de ser, antes, passado por uma assembleia. Às vezes, pode ser cobrado no ano subsequente se o condomínio tiver caixa para suportar até lá. Condomínio que tem várias torres, com vários elevadores, por exemplo, tem um impacto maior”, disse.
Almeida também afirma que, sobre as últimas alterações no preço da energia, nada foi decidido pela empresa em que atua, mas adianta que, certamente, haverá mudanças nos valores em virtude do reajuste do custo anunciado pela Aneel.
“Para a cobrança da bandeira vermelha, a gente faz uma média sobre as oscilações de aumento ou manutenção da bandeira verde num período de seis meses, por exemplo. Agora, com esse reajuste da agência, com certeza haverá aumento no preço cobrado pelo consumo de energia em espaços de uso comum do prédio. Mas a gente esperava um aumento de apenas 12% e não de 20%”, explicou o gestor.
A orientação dos especialistas é a de economizar o uso de energia elétrica. Para isso, antes mesmo de mudar hábitos, é importante ater-se a alguns fatores decisivos, como na hora de adquirir um equipamento eletrônico, eletrodoméstico, por exemplo. A compra desses itens antecede o consumo pelos mesmos.
A síndica do condomínio Ilha Serena, Milena de Barros compartilha as ações no local onde trabalha para um consumo consciente. “Na nossa área comum, já tomamos algumas medidas. Todas as lâmpadas, por exemplo, acionam somente se houver presença de pessoas passando pelo local. Além disso, o horário de funcionamento da quadra é até às 22h. Depois, as luzes desligam automaticamente”.
(Felipe Ribeiro)