Yslanda Barros
A crise global ocasionada pela pandemia de COVID-19 impactou diretamente na economia, influenciando negativamente todos os seus setores, inclusive o imobiliário. Ocorre que, após anos de baixa, o mercado imobiliário apresentou altas expectativas para 2020, com baixas taxas de juros (cerca de 3.75%), historicamente muito atrativas. Tratava-se de um momento de retomada.
Além disso, os fundos de investimento imobiliários acentuaram ainda mais a crise no setor, conforme comenta Yslanda Barros, consultora de negócios e especialista no tema: “As expectativas de rendimentos desses fundos ficaram extremamente comprometidas com a desaceleração econômica. Os índices de investimento caíram quase 30%. As cotas desses fundos chegaram a ser negociadas na Bolsa de Valores com descontos superior a 40% em meio à onda de pânico no setor imobiliário”.
Em poucas semanas, o cenário parece como o de guerra. No momento, os setores que mais inspiram cuidados no momento são os que dependem do fluxo físico de pessoas, como é o caso dos shoppings centers, hotéis e restaurantes. “Os fundos coativos de shoppings centers, que estão fechados, deixaram de gerar renda com a interrupção do pagamento de aluguéis.” explica Yslanda Barros.
Muito embora as obras de lançamentos estarem a todo vapor em razão de os serviços de construção civil terem sido considerados como essenciais, trata-se de um momento de incertezas. Em realidade, o que estão em risco são projetos imobiliários futuros, que sentirão o reflexo da pandemia de COVID-19 a partir do próximo ano.
** A autora é consultora de negócios e marketing, especialista no mercado imobiliário, esteve em uma das maiores construtoras de capital fechado, a Plaenge. Ysla é sócia e diretora da Ética Soluções Imobiliárias, reconhecida por oferecer uma assessoria imobiliária completa.