Produção a partir da vinhaça aproveita resíduos do etanol e contribui à redução de emissões no transporte pesado
Mato Grosso do Sul avança na transição energética com o biometano, combustível produzido a partir da vinhaça da cana-de-açúcar, subproduto do etanol. Alternativa ao diesel, o biocombustível se projeta como vetor estratégico de competitividade, capaz de reduzir emissões, gerar valor econômico e consolidar o Estado como referência nacional em inovação tecnológica.
Evento realizado na quarta-feira (24), organizado pela Biosul e pela ZEG Biogás, com apoio da Agems e do Centro de Sustentabilidade Industrial da Fiems, reuniu empresários, especialistas e representantes do governo para debater desafios e oportunidades do setor. Rodrigo Nogueira, CEO da ZEG Biogás, destacou a infraestrutura necessária para viabilizar a comercialização e a integração da produção das usinas ao mercado.
Luis Felipe Colturato, diretor técnico de Biometano da Adecoagro, apresentou a experiência pioneira da empresa, primeira no Estado a transformar a vinhaça em biometano. O projeto se tornou referência nacional, combinando eficiência energética, inovação tecnológica e redução de emissões.
“O biometano já é realidade em nosso Estado e representa oportunidades concretas de investimento e geração de empregos, além de fortalecer a competitividade industrial”, afirmou Amaury Pekelman, presidente da Biosul.
Para o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, o combustível renovável é peça-chave na estratégia de descarbonização do transporte pesado e na construção de uma economia carbono neutro.
Entre os desafios destacados estão a integração de políticas públicas, a criação de corredores logísticos de biometano e o cumprimento das metas nacionais de redução de metano (CH?). A substituição do diesel por biocombustível renovável, aproveitando resíduos da cana-de-açúcar, aparece como prioridade para ampliar mercados e reduzir emissões, em sintonia com o programa MS Carbono Neutro 2030.
Assim como o etanol transformou a matriz de combustíveis brasileira, o biometano desponta como o próximo capítulo da bioenergia sul-mato-grossense, unindo tecnologia, sustentabilidade e geração de valor para toda a cadeia produtiva. O evento contou com a presença de representantes de empresas, instituições acadêmicas e órgãos públicos.
Por Djeneffer Cordoba