Com o quilo da batata custando R$ 10, mandioca e batata-doce viram “plano B” para consumidores

Consumidora
escolhendo batata
em supermercado (Foto: Marcos Maluf)
Consumidora escolhendo batata em supermercado (Foto: Marcos Maluf)

      Em 12 meses o preço do alimento ficou 32,63% mais caro para o campo-grandense

Com demanda aquecida desde a Páscoa, o quilo da batata chega a casa dos R$ 10,00 com facilidade em supermercados de Campo Grande. Em uma média, realizada em seis estabelecimentos, o consumidor paga no quilo R$ 9,88. Em um ponto de venda o produto chega a custar R$ 11,29, já o valor mais em conta encontrado pela reportagem foi de R$ 8,90. A saída para muitos, tem sido a substituição do tubérculo por outros alimentos com preços mais econômicos, conforme compartilhou a pensionista, Glória Maria, de 60 anos.

“Não só a batata, mas esse setor [hortifruti] todo está caro ultimamente. Já vi o quilo da batata custando até 13 reais, e acabei nem levando. Antes comprava até um quilo e meio de batata, mas depois que aumentou, levo só umas 4 ou 5 e tive que diminuir a quantidade. A opção é substituir por batata-doce, mandioca, por exemplo. Tem mercados que além do preço está caro a batata está horrível, algumas estragadas, a impressão é que nosso dinheiro não está valendo mais nada”, reclamou a consumidora.

De acordo com a última pesquisa de abril, divulgada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) o quilo da batata aumentou 32,63% em 12 meses. O estudo indica que o aumento na precificação é causado pela alta demanda na Páscoa, além das condições climáticas ao longo do ano que interferem no valor repassado ao consumidor final.

Na casa da dona Vera Lúcia, de 55 anos, além da substituição da batata no preparo das refeições, ela conta que deixa de levar mais produtos no carrinho de compras devido ao aumento dos alimentos. “Olha já vi o quilo da batata custar quase R$ 20, é um absurdo. Infelizmente, às vezes deixo de levar a batata para levar outra coisa mais em conta. E acaba que no final das contas a gente acaba gastando mais e levando menos coisas para casa”, lamenta.

Com os gastos nas idas ao supermercado, o aposentado, Rubens Bragante, de 66 anos, conta que para ter uma renda extra, trabalha como caminhoneiro, pois afirma ter sentido no bolso o aumento dos produtos, em especial das batatas. “Subiu tudo e em todos lugares, percebo que não é somente em um lugar, mas todos os mercados estão vendendo mais caro. A batata chegar a esse preço é um absurdo, as vezes, troco pela mandioca ou abóbora, ainda assim no caso da mandioca quando é com casca custa uns 3 reais o quilo, mas se é descascada já muda o valor para 8 reais”, critica o consumidor.

Substituição

Conforme as substituições citadas pelos entrevistados, a reportagem apurou a diferença de preço entre o quilo da batata-doce, mandioca e abóbora. No primeiro estabelecimento, localizado no bairro Jardim Joquei Club, o quilo da batata é vendido por R$ 9,89. Enquanto o quilo da mandioca com casca sai por R$ 3,39, ou seja, uma variação de 191,74%. Caso a opção seja pela batata-doce, o alimento custa R$ 4,99, na simulação o consumidor deve gastar 98,20% a menos optando na compra da batata-doce.

Em outra unidade no bairro Jardim América, o quilo da batata é comercializada por R$ 8,99, enquanto a batata-doce pesa R$ 3,59, e a abóbora cabotian é vendida por R$ 3,99. Caso o cliente opte pela batata-doce, ao invés da batata, ele deve economizar mais de 150%. Ou preferindo a abóbora essa diferença de preço fica 125% mais em conta, em comparação com a batata.

No início do ano, os preços dos alimentos, em especial, da batata-inglesa puxou a inflação do país que foi de 0,42%, segundo dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a alta foi influenciada especialmente pelo aumento de 1,38% do grupo de alimentação, o quilo da batata apresentou um aumento de 29,45%. “Historicamente, há uma alta dos alimentos nos meses de verão, em razão dos fatores climáticos, que afetam a produção, em especial, dos alimentos in natura, como os tubérculos, as raízes, as hortaliças e as frutas. Neste ano, isso foi intensificado pela presença do El Niño”, destaca André Almeida, gerente da pesquisa.

 

Por Suzi Jarde

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