Foi reduzido a previsão de crescimento da economia mundial para 2020 pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), chegando a projetar um aumento de 2,4%, menor expansão desde 2009.
A lentidão da economia chinesa exige do Brasil e de Mato Grosso do Sul atenção em relação à diminuição da demanda pelas principais commodities brasileiras e da produção industrial. A China é a maior exportadora e a segunda maior importadora do mundo. No ano passado, o país asiático foi destino de 42,9 % das exportações do agronegócio de Mato Grosso do Sul, especialmente produtos florestais, complexo de soja e carnes.
O consultor em comércio exterior Aldo Barigosse explica que a China é a maior propulsora em termos econômicos e que a mudança na demanda do país afeta Mato Grosso do Sul. “ Se um grande comprador como a China reduz a compra dos nossos insumos, que eles usam nas indústrias deles, isso afeta o preço mundialmente, o produtor vendendo menos vai produzir menos e empregar menos, e toda a cadeia no que se refere à soja vai render menos”, explica Aldo.
De acordo com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Mauricio Saito, “ainda não se pode mensurar os demais impactos econômicos nas atividades econômicas envolvendo serviços, comércio e indústria. O Sistema Famasul segue monitorando os possíveis impactos econômicos e analisando os dados oficiais das exportações do mercado de MS ”, afirmou Saito.
O secretário – adjunto da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Ricardo Senna, acredita que o Estado vai se recuperar deste momento. A produção de grãos de MS será recorde. Em fevereiro de 2020, Mato Grosso do Sul exportou 40,2 mil de toneladas de soja em grãos, retração de 78,91 % em relação a 2019. As receitas totalizaram US $ 16 milhões, retração de 79,60 % em relação a fevereiro de 2019. Mais do que a escassez de insumos da indústria, o principal impacto de uma crise mais longa provocada pelo coronavírus para o Brasil deve ser na balança comercial.
A economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio (IPF-MS), Daniela Dias, destaca que o coronavírus já tem influenciado na balança comercial. “ O País demanda muitos produtos industrializados da China, somos grandes consumidores dos produtos.
Segundo o presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems), Sérgio Longen, o Brasil registra abalos diretamente no câmbio e, por consequência, na vida econômica do País. A China tem diminuído a produção industrial sistematicamente e, como hoje atende grande parte da produção mundial, acaba refletindo na economia de diversos países. “ Embora o novo coronavírus seja a grande preocupação.
(Texto: Ana Beatriz Rodrigues com informações do Dourados News)