Após ano difícil, Câmara de Indústria e Comércio de Pedro Juan Caballero vê recuperação
Já em vigência, a nota cota para o limite de compras isentas de impostos para quem cruzar a fronteira de US$ 500 anima os comerciantes de Pedro Juan Caballero após um 2019 difícil e cheio de ensinamentos para os empresários da região. Com um câmbio desfavorável, muitos amargaram perdas, mas o ano de 2020 começa com grande expectativa.
Segundo o presidente da Câmara de Indústria e Comércio de Pedro Juan Caballero, Victor Barreto, o ano passado serviu para ensinar muito aos comerciantes. Ele explica que com o novo limite de compras, a expectativa da classe é que o real ganhe mais peso no câmbio com o dólar.
“Antes com o câmbio abaixo de R$ 4,00 era mais fácil fazer promoção porque tinha mais vantagens para o brasileiro vir até o Paraguai comprar, porém a gente acredita que o governo do presidente Jair Bolsonaro, o dólar deve perder um pouco da força em 2020”, diz ele.
Barreto também afirma que a queda do câmbio será benéfica para ambos os lados. Na época em que foi anunciada a nova cota, economistas brasileiros disseram que a medida poderia impactar negativamente o consumo do lado brasileiro. Com mais vantagens do lado de lá, o comerciante de cá perde na competitividade.
A economista Daniela Teixeira Dias, do IPF-MS (Instituto de Pesquisa da Fecomércio-MS) disse, na época, que há risco de desestimulação das compras em território nacional. ”Podemos desestimular o comércio local, já que temos um comércio local que não necessariamente foi produzido no Estado. Então, muitos bens que consumimos no estado vem de outros estados e podemos então fazer com que os consumidores tenham acesso a esses produtos com preços mais reduzidos, se por um lado podemos estimular a economia de estreitamento também nos preocupamos com o comércio local, mas temos uma via de mão dupla”, ressaltou.
Para Márcio Paredes, gerente do Hotel Casino Amambay, a cota de 500 dólares ajuda, mas ainda é pouco tendo em conta que se o valor fosse superior poderia auxiliar e colaborar para que os turistas permanecessem no Paraguai por mais tempo e gastando mais.
“Isso certamente já ajuda, não podemos negar, mas eu acredito que esse valor ainda é baixo tendo em conta que alguns produtos ultrapassam esses valores com muita facilidade, principalmente os eletrônicos, por isso se fosse talvez entre mil ou mil e quinhentos já seria bem melhor, até mesmo para aqueles que ficam ai por mais tempo, hospedados em nossos hotéis”.
Aliados na recuperação
O ex-presidente da Câmara de Comércio do Paraguai, Alejandro Benitez Araña, disse na ocasião que os brasileiros e paraguaios são irmãos e que a recuperação econômica do Brasil é importantíssima para a América do Sul.
”O Paraguai é o maior interessado em que o Brasil tenha uma verdadeira recuperação econômica. Somos os primeiros que torcem para que o Brasil melhore a sua economia. Mas, devemos ressaltar que mesmo assim, isso já vai ajudar na confiança no momento das compras, mas precisamos sim, que a economia brasileira se recupere”.
(Texto Marcus Moura e Michelly Perez)