Com crise, quem vive de festa apela: ‘não cancele, remarque’

Empresários do ramo se desdobram em alternativas para minimizar impactos

Um dos setores mais prejudicados com a pandemia de coronavírus foi o de festas e eventos. Nacionalmente, o mercado lançou nos últimos dias, nas redes sociais, uma campanha com o tema “Não Cancele, Remarque”, com a intenção de conscientizar os clientes sobre a importância de não desistir dos eventos, mas sim, adiá-los para depois da crise. Em Campo Grande, a incerteza fez com que empresárias juntassem seus esforços para driblar a baixa procura e minimizar o impacto econômico com a venda de “kits família”, com o qual cada cliente pode comemorar com segurança em sua casa e contribuir para o segmento de eventos.

Com ampla experiência no setor, Antônio Osmânio, cerimonialista pós-graduado em Gestão de Eventos, foi um dos primeiros na Capital a incentivar sobre a importância de manter os eventos e não cancelá-los, pois, segundo ele, a cadeia envolve, além dos espaços, um número amplo de profissionais.

“Em um evento, temos a presença dos cerimonialistas, recepcionistas, bufês, garçons, decoração, boleiras, patisseries, gráficas, vestuário, hotéis, companhias aéreas, motoristas, cabeleireiros, maquiadores, fotógrafos, film makers. Todos eles dependem diretamente dessa renda para sobreviver. Em um casamento de 100 convidados cancelado, por exemplo, teremos um total de 50 pessoas sem trabalhar no dia, fora os profissionais que prestaram serviço anteriormente, como a empresa de convites e lembrancinhas para padrinhos. Nesse dia, serão 50 chefes de família sem receber diárias que sustentam suas famílias e pequenas empresas”, explicou ele, que completou, afirmando que, com o cancelamento de eventos nos meses de março, abril, maio e junho, em sua empresa serão mais de três meses sem renda.

Kit família leva festa de aniversário para dentro de casa

Consciente do momento delicado pelo qual o setor está passando, a empresária do ramo de decoração de festas Cris Reis, do Cantinho da Cris, em conjunto com a amiga Dayane Miranda, do ramo de doces personalizados, e Eliane Feltrin, proprietária do bufê de festas Sonho Bom, se uniram para a criação de kits família, constituídos por um bolo, salgados variados, doces, mesas e bandejas. Segundo Cris, os empresários precisam dar alternativas para seus clientes, sem deixar de lado as medidas de segurança.

“Estamos vivendo um momento complicado, onde temos que dar alternativas para as pessoas, e também colocar nosso lado como empreendedor que não estava preparado para essa crise. O povo já está se conscientizando que é importante adiar para não gerar uma falência em vários segmentos. Pensando nisso, estamos fazendo o kit ‘é só um bolinho’, para família, para não passar em branco, mas deixando bem claro que é apenas para a família mesmo, pai, mãe e filhos”, ressaltou.

Eliane Feltrin, vendo como o seu bufê, que antes fazia uma média de 25 festas, agora está com as portas fechadas, decidiu embarcar junto com as amigas no projeto e afirma que já está dando resultado.
“Até o momento tive 12 adiamentos. Às vezes fico até triste em abrir minhas redes sociais. Meu espaço é bem bacana, tudo muito bem cuidado. Dá uma tristeza de ter que ficar com as portas fechadas”, disse.

Carlos Cândido, que trabalha como DJ de festas, afirmou que muitos de seus eventos estão sendo reagendados para o segundo semestre deste ano. “Já remarquei uns 15 eventos, por enquanto. A média é de seis por mês. Aqueles que remarcam estão optando por agosto, setembro, outubro. Tive casos de clientes que remarcaram para 2021”, finalizou.

(Michelly Perez\ publicado no site por Karine Alencar)

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