Os consumidores de Campo Grande já têm sentido no bolso as consequências do aumento do combustível, principalmente da gasolina, que até supera os R$ 5 por litro. Diante disso, já está compensando abastecer com etanol em alguns postos da cidades. Mas para isso é preciso antes calcular a diferença de custos de um para o outro. Para ajudar nesta tarefa, o economista Renato Prado explica uma regra geral de cálculo. De acordo com a pesquisa de preço da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio da gasolina em Campo Grande está R$ 4,811. Já o do etanol fica em R$ 3,347. A diferença entre os dois é de 30,56%. O levantamento foi feito entre os dias 24 e 30 de janeiro. Levando em conta o custo médio, o profissional explica que é necessário pegar o maior valor (R$ 4,81) e multiplicar por 0,7, que resulta em R$ 3,36. Com isso, o preço final fica maior que o do etanol (R$ 3,34). Neste caso, o etanol está compensando mais.
“O número de gasto em relação ao transporte cresceu em proporção maior do que outros segmentos da vida. A maior parte da renda das pessoas vai em transporte, que também inclui gasolina e manutenção de veículos. A gasolina está sendo um gasto cada vez mais pesado”, avalia.
Em 2020, Mato Grosso do Sul aumentou o consumo de etanol em 40,9% se comparado a 2019, sendo um dos poucos estados a elevar o consumo. O percentual representa 144.002.000 de litros contra 102.153.000. Os dados refletem na política de incentivos fiscais do governo estadual, que reduziu a alíquota de ICMS do produto de 25% para 20%, apresentada no ano retrasado.
Já a gasolina reduziu as vendas em 5,4%, saindo de 736.866.000 litros em 2019 para 696.962.000 no ano passado.
Na visão do diretor-executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência de Mato Grosso do Sul (Sinpetro-MS), Edson Lazarotto, esse alto consumo do etanol no Estado ocorreu durante a pandemia do coronavírus, em razão do baixo preço. “Teve consecutivos aumentos da gasolina a partir de junho, o que fez crescer a demanda no uso do etanol, até porque para o consumidor o que vale é o preço”, ressalta.
Na mesma linha, o secretário estadual de Produção, Jaime Verruck, disse que entre março e maio de 2020 houve uma redução do uso de gasolina e etanol em razão da pandemia, mas que as vendas voltaram a se recuperar em junho e agosto e depois cresceram até dezembro.
Preços
Ainda conforme a análise da ANP, no Acerto Posto de Serviços Ltda., o preço do litro da gasolina foi de R$ 4,679, enquanto no Auto Posto Brilhante Ltda. está R$ 4,999. Em Dourados, em média está R$ 4,864. O litro no município está de R$ 4,790 a R$ 4,949. Para o etanol, o preço médio calculado na Capital foi de R$ 3,347. O L.H. Fenner Combustíveis vende o litro por R$ 3,239 e o Ana R. Torres – Guanandi por R$ 3,499. Já em Dourados, o valor médio está R$ 3,531, sendo vendido entre R$ 3,390 e R$ 3,798.
Aumento
A gasolina teve dois reajustes nas refinarias neste ano, sendo um no dia 18 de janeiro e outro no dia 27, conforme anunciado pela Petrobras.
(Texto: Izabela Cavalcanti)Veja também: Quinta-feira de tempo abafado e instável em Mato Grosso do Sul