A importação de painéis e peças fotovoltaicas explodiu nos últimos anos. Era 1 mercado de US$ 6 milhões em 2010. Em 2019, foi de US$ 1 bilhão, sendo que US$ 996 milhões (99%) são de importações chinesas. Cresceu 75% em relação a 2018 e movimenta novos players no lobby pela regulação.
A Sun Mobi espera as novas regras sobre energia solar para fazer investimentos na área. O sócio-diretor Guilherme Susteras, 38 anos, engenheiro eletricista, é também coordenador técnico da Absolar, associação do setor que fez lobby para manter o subsídio.
A empresa investiu R$ 6 milhões desde 2016 e tem 2 MW de capacidade instalada em áreas com painéis solares em Araçoiaba da Serra (SP) e Porto Feliz (SP). Tem como meta chegar a 20 MW neste ano se as regras continuarem favoráveis. O negócio vai além das fazendas solares: oferece investimento em geração de energia para pessoas e empresas que não têm painéis, e ganham, assim, o direito de usar a energia. Esses clientes pagam mensalidades que variam de R$ 20 a R$ 10 mil hoje e ganham também consultoria para melhorar o consumo de energia.
Susteras tenta convencer o Congresso a aprovar em regime de urgência lei sobre o tema. Hoje a energia dos painéis entra na rede e pode ser usada depois sem custo. Os críticos dessa troca gratuita chamam atenção para o fato de que outros consumidores, que não têm energia solar em casa ou na empresa, acabam arcando sozinhos com o custo de uso dos fios.
Pelas contas da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), o custo anual desse incentivo é de R$ 900 milhões. Estudo de outubro do Ministério da Economia estima o custo desse subsídio para a sociedade, caso sejam mantidas as regras atuais, em R$ 56 bilhões. Em valor presente, aplicada taxa de desconto pelos juros no período, são R$ 32 bilhões.
(Texto: Poder 360)