Campo Grande tem 2ª maior alta na cesta básica no Brasil

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Pesquisa mostra que no mês aumento ficou em 3,5% e bate 9,4% no ano

O custo da cesta básica em Campo Grande subiu 3,53% no mês passado, atingindo R$ 630,83, a 2ª maior alta entre as capitais. No caso dos itens para alimentar uma família composta por quatro pessoas o valor subiu para R$ 1.892,49. Os dados constam da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em 17 capitais brasileiras.

No ano o reajuste já chega a 9,43%, e em 12 meses majoração de 28,01% na Capital. Os maiores reajustes foram registrados em Brasília (3,88%), Campo Grande (3,53%), São Paulo (3,53%) e Belo Horizonte (3,49%).

As capitais com quedas mais intensas foram João Pessoa (-2,91%) e Natal (-2,90%). O produto com maior variação no mês de setembro, em relação ao mês de agosto, foi o tomate (15,40%), com preço médio de R$ 5,17 o quilo do fruto.

Os outros itens com variação positiva foram o café em pó (14,79%), batata (10,09%), açúcar cristal (7,94%), banana (3,90%), óleo de soja (3,40%), carne bovina (3,19%), farinha de trigo (2,13%), pãozinho francês (1,48%) e arroz agulhinha (1,14%).

Com preço médio de R$ 10,25 a embalagem de 200 gramas, o produto com retração mais expressiva foi a manteiga (-2,21%), seguida por leite de caixinha (-1,04%) e feijão carioquinha (-0,67%).

O clima tem sido um dos principais motivos na disparada de preços dos alimentos. O açúcar, por exemplo, subiu 7,94%. O principal motivo do aumento do custo no varejo foi a oferta restrita de cana-de-açúcar, por causa do clima seco e da falta de chuvas.

Outro caso é o café, que já majorou em 16 capitais, com destaque para as variações de Goiânia (15,69%), Campo Grande (14,79%), Brasília (10,03%) e Natal (9,00%).

A valorização do dólar em relação ao real, os problemas causados pelo clima – geada no fim de julho e tempo seco –, e maior demanda interna e externa pelo grão, são as causas do aumento do custo do grão também no varejo.

O óleo de soja registrou alta em 15 das 17 capitais, entre agosto e setembro. Os aumentos oscilaram de 0,37%, em Salvador, a 3,40%, em Campo Grande. Também houve maior procura do óleo para a produção de biodiesel.

Já o quilo do pão francês subiu em 14 capitais, com variações de cerca de 0,14%, no Rio de Janeiro, e 2,53%, em Brasília. Além do aumento de custos, como o da energia elétrica, o trigo importado ficou mais caro com a valorização do dólar em relação ao real.

A menor qualidade das pastagens, as expressivas altas nos custos de produção e a forte competição das indústrias por matéria-prima explicam a baixa oferta de leite no campo e a alta dos derivados no varejo.

O quilo da carne bovina de primeira aumentou em 11 capitais. As maiores altas ocorreram em Vitória (4,64%), Campo Grande (3,19%), Brasília (2,25%) e Natal (2,17%).

Apesar da suspensão da exportação da carne para a China e da menor demanda interna, consequência dos altos preços no varejo, as cotações seguiram elevadas na maior parte das cidades, pelas condições ruins das pastagens, pelo clima seco e por altos custos de produção.

(Texto: Rosana Siqueira)

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