Bolsa brasileira interrompe negócios após queda de 10%

A forte onda de aversão a risco que contaminou os mercados internacionais também atingiu nesta segunda-feira (09) a bolsa brasileira que, depois de cair mais de 10%, foi obrigada a acionar o circuit breaker.

O circuit breaker ocorre quando o índice atinge movimentos bruscos e o mecanismo é acionado para rebalancear as ordens de compra e venda. A última vez que isso aconteceu foi em 18 de maio de 2017, quando foi divulgada a gravação entre o empresário Joesley Batista e o então presidente Michel Temer.

A bolsa brasileira abriu o dia em queda. As ações ON da Petrobras já abriram em baixa de 21,11% e as PN com recuo de 20,76%.

Bolsas em queda ao redor do mundo

Mais cedo, as bolsas europeias, do Golfo e da Ásia começaram o dia com perdas. No Velho Continente, as baixas chegaram a quase 12% por conta da epidemia do coronavírus e pelo fracasso das negociações entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e a Rússia. No início das operações, o índice FTSE-100 de Londres perdia 8,52%, o Dax de Frankfurt 7,4%, o CAC-40 de Paris 5,71%, o Ibex-35 de Madri 6,7% e o OBX de Oslo 12%.

O índice FTSE MIB de Milão recuava 8% poucos minutos depois da abertura. As quedas são uma consequência do desabamento do preço do petróleo após o fracasso das negociações entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e a Rússia sobre reduções de produção, em um contexto de queda da demanda devido ao coronavírus.

A Bolsa da Arábia Saudita, a mais importante do Golfo, recuou 9,4%. As ações da gigante do petróleo Saudi Aramco caíram 10% pela segunda sessão consecutiva, muito abaixo do preço de entrada na Bolsa em dezembro (32 rials). Nos países do Golfo, as negociações na Bolsa são automaticamente suspensas quando uma ação ou toda a Bolsa caem 10% ou registram alta de 15%.

As principais bolsas da Ásia também registraram grandes perdas hoje, arrastadas pela propagação da epidemia mundial de coronavírus e pela queda dos preços do petróleo. A bolsa de Tóquio foi especialmente afetada, com a disparada da cotação do iene, considerado um valor refúgio, na comparação com o dólar. O índice Nikkei registrou queda de 5,07%, a 19.698,76 pontos, algo que não acontecia desde fevereiro de 2018, no início da guerra comercial entre Estados Unidos e China. Os mercados chineses também operavam em forte queda.

Dólar

O dólar abriu esta semana com uma alta histórica. Na manhã de hoje, a moeda norte-americana chegou a atingir a marca de R$ 4,7906 no início da sessão. Às 9h34, a alta era de 2,90%, com cotação à vista de R$ 4,7685 a unidade.

Desde o final do ano passado, o dólar vem em crescente, enquanto o real é desvalorizado em todos os mercados. Na semana passada, a moeda dos Estados Unidos fechou em $ 4,634, acumulando alta de 3,42% na semana. Na ocasião, o Banco Central leilou 40 mil contratos de swaps tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, no valor de dois bilhões dólares. Isso serve para diminuir riscos e, consequente, prover liquidez ao mercado.

(Correio do Povo)

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