Arroba cai 4% com rumores de doença e abates suspensos

Reprodução/Internet
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No Estado, algumas plantas suspenderam produção até a quarta-feira

Frigoríficos de todo o país, inclusive Mato Grosso do Sul, suspenderam desde ontem o abate de bois por conta da suspeita de caso da doença conhecida como vaca louca em um animal em um frigorífico de Belo Horizonte, em Minas Gerais.

Segundo a Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos), a produção já foi reduzida ontem (3), com previsão de volta somente na quarta-feira (8). A informação de que haveria suspensão das atividades na indústria frigorífica já havia sido antecipada pelo jornal O Estado com exclusividade, na edição dessa sexta-feira. A suspeita causa movimentação no mercado pecuário e derrubou o custo da arroba do boi em 4%. Os preços, que superavam R$ 300 no Estado, já estavam cotados ontem abaixo do valor.

A associação informou que a paralisação não ocorre exclusivamente pela suspeita do caso da doença em Minas, mas também por causa do feriado de 7 de setembro. A decisão foi tomada pelos próprios frigoríficos, conforme a associação.

A entidade espera que até lá o resultado do exame que vai confirmar ou não o caso de vaca louca já tenha sido divulgado pelo Ministério da Agricultura.

A Abrafrigo afirma que a paralisação acontece em todos os estabelecimentos de abate, e não somente nos que operam com exportações. A China, um dos principais mercados para a carne brasileira, tem regras severas para aquisição do produto nacional.

A possibilidade de novo caso da vaca louca no país mexe com o mercado do setor desde essa quarta-feira (1º), quando foi tornado público. O preço da arroba teve queda de 2,52% na variação diária, cotada a R$ 305,50.

Em 2019, as exportações para a China foram suspenas após um caso da doença ser identificado em Mato Grosso. À época, o Ministério da Agricultura informou que a paralisação das vendas para o país era automática, por conta de acordo assinado em 2015.

Segundo o consultor Alcides Torres, da Scot Consultoria, esse acordo ainda vigora. Até essa quinta-feira (2), porém, não houve comunicado das autoridades federais sobre suspensão de exportações da carne brasileira.

O analista avalia que, se for confirmada a doença em Minas, o risco de que ela se alastre é baixo em razão do tipo de alimentação usado no Brasil para o gado.

“Não usamos, como na Europa, restos de produtos animais na alimentação do rebanho”, disse o consultor.

Em nota, o Ministério da Agricultura disse que casos em investigação são corriqueiros dentro dos procedimentos de vigilância estabelecidos. Afirmou ainda que medidas preventivas são adotadas imediatamente para garantir o controle sanitário. “Uma vez concluído o processo em investigação, os resultados serão informados”, apontou, em nota.

O Instituto Mineiro de Agropecuária afirmou que colabora com as investigações. A Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais informou que só emitirá posicionamento após o resultado oficial do laudo.

Rosana Siqueira

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