A estreia na Bolsa, nesta segunda-feira (13), das ações da Eletrobras marca o início da era privatizada para a maior empresa do setor elétrico brasileiro, após uma novela de quase três décadas. Dessa forma, novas ações foram emitidas pela empresa, com alta demanda dos investidores. Cada papel foi precificado em R$ 42. Parte do dinheiro será usado para aliviar as contas de luz.
Como o governo não comprou novas ações, estima-se que sua participação na companhia será reduzida a cerca de 35%, encerrando assim o controle estatal da companhia, que passa a ter a maior parte do capital privado. Devido a importância do setor na vida dos brasileiros, a privatização da estatal sempre causou debate no cenário político brasileiro.
O Estado brasileiro vai manter uma golden share, um tipo especial de ação com poderes maiores para intervir em temas considerados estratégicos. No caso da Eletrobras, o governo poderá impedir, se desejar, que uma empresa privada assuma o controle da companhia com mais de 50% das ações.
A operação de venda da empresa se tornou a segunda maior ação em bolsa no ano. A operação da Eletrobras movimentou cerca de R$ 33,7 bilhões. Com o dólar em torno de R$ 4,91 na semana passada, ela movimentou quase US$ 6,9 bilhões.
Impacto para o consumidor
O Ministério de Minas e Energia diz que recursos recebidos pelo governo com a privatização da Eletrobras vão representar redução de encargos para o consumidor da ordem de 6,34% nas tarifas.
Entretanto, ao longo da votação, congressistas incluíram no texto regras para temas que não têm relação com a privatização da Eletrobras – os chamados jabutis. Entre esses jabutis, estão regras como a que que determina a contratação de usinas termelétricas movidas a gás natural, que elevam os custos no sistema elétrico brasileiro, dizem especialistas.
Essas elevações nos custos podem representar custos extras no setor de energia da ordem de R$ 41 bilhões aos consumidores residenciais e industriais nos próximos anos.
Acesse as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram.