Sérgio Longen
Nossa perseverança insiste em dizer que o pior já passou. E de fato, pelos últimos indicadores, parece que pouco a pouco está passando. No início do ano de 2015, A FIEMS lançou o slogan “Indústria Resistente” e, claramente, a escolha desse slogan foi acertada porque demonstrou que o empresário industrial de Mato Grosso do Sul, apesar de todas as adversidades econômicas daquele momento, se manteve resistente, mesmo assim, alguns estabelecimentos industriais sucumbiram à crise, que, naquele momento, apontava PIB negativo, juros na casa dos dois dígitos e absoluta instabilidade política depois de uma eleição truncada de 2014.
Para se ter ideia, iniciamos 2015 com mais de 6.400 indústrias com até um empregado no Estado, já no ano seguinte, 2016, éramos menos de 6.100 e, em 2017, chegamos a 5.900 estabelecimentos industriais. Obviamente, a confirmação de que a crise econômica tinha afetado em cheio a indústria de Mato Grosso do Sul. Quando avaliamos a série histórica de emprego formal na indústria e os números de exportação, fica ainda mais claro de como a indústria daqui foi obrigada a se reinventar em um curto espaço de tempo.
Em que pese os altos investimentos de multinacionais, sobretudo da área de celulose, a serie aponta que entre 2013 e 2017 passamos de 141 mil empregados para 120 mil, ou seja, em quatro anos mais de 20 mil empregos na indústria foram perdidos. A exportação teve queda ainda mais impressionante, perdendo quase US$ 1 bilhão (R$ 4 bilhões) de 2014 a 2016. Porém, a “Indústria Resistente” de nosso Estado se manteve perseverante e com foco na retomada. A famosa frase “nada resiste ao trabalho” mostrou sua cara por aqui e hoje os números são outros. Mostram a retomada da indústria. Se em 2016 tínhamos a certeza de que a crise cruzou a divisa de Mato Grosso do Sul, hoje sabemos que a retomada é real, consistente e promissora.
Na geração de empregos, em 2017, tínhamos 120 mil empregados, hoje, esse número já subiu para 123 mil e a projeção é entrar 2020 com mais de 125 mil trabalhadoers nas indústrias. O número de empresas também mostra recuperação. Se em 2017 baixamos a casa de 5.900 indústrias, a projeção para o próximo ano é ultrapassar os 6.200 estabelecimentos, ou seja, se aproximando do patamar do inicio de 2015. Nas exportações encontramos nossa maior recuperação. A perda de US$ 1 bilhão entre 2014 e 2016 foi plenamente recuperada e ultrapassada. Este ano, devemos fechar em US$ 3,74 bilhões, um crescimento de 6,55% em relação ao ano passado. É o maior valor alcançado em exportações de produtos industriais da história de Mato Grosso do Sul.
Depois da tempestade, sempre vem a bonança e, dessa forma, seguimos determinados em transformar a indústria de Mato Grosso do Sul como peça fundamental no desenvolvimento econômico e social do nosso Estado. As nossas perspectivas são sempre as melhores possíveis, afinal de contas, temos de acreditar em nós mesmos. Os números mostram isso.
* O autor é empresário, presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (FIEMS) e vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI)