Uma praga de ratos acaba de superar a pandemia da COVID-19 na Austrália. Os roedores invadiram o país e podem demorar dois anos para serem controlados tanto na área urbana quanto na rural. É o que acredita Xavier Martin, vice-presidente da Associação de Fazendeiros de Nova Gales do Sul. Eles estão causando doenças, inclusive por estarem dentro das fontes de água potável dos australianos. (VEJA VÍDEOS NO FIM DA REPORTAGEM). A previsão das autoridades é que as grandes metrópoles também caiam diante dos dominadores. Os dados das ninhadas estão em um site oficial: o Mouse Alert.
“Sem um esforço concentrado de isca nas próximas semanas, isso poderia facilmente se transformar em um evento de peste de dois anos”, afirmou ele ao Daily Mail Austrália.
As autoridades calculam prejuízos incalculáveis, principalmente nas plantações. Se não bastasse o animal por si só, o mau odor causado pelo rastro deixado de urina e fezes também são devastadores e prejudicam ainda mais o convívio. Os ratos estão atacando os animais domésticos de pequeno e grande portes.
A explicação para a invasão é a rápida adaptação da espécie Mus musculus, que suporta o longo período de seca do país e também da rápida reprodução, de acordo com o pesquisador da agência científica nacional, Steve Henry, durante entrevista ao portal Science Alert. O especialista destacou que um casal de ratos é capaz de reproduzir até 500 filhotes em uma estação favorável.
“Tivemos um verão muito chuvoso, o que influenciou no crescimento da vegetação, situação que contribuiu para aumentar a quantidade de comida para os ratos”, disse o cientista ambiental Charles Stuart. Aliado a isso a ação humana junto a urbanização e cultivo de monoculturas em largas escalas têm deixado em extinção predadores naturais dos roedores, conforme pesquisadores, como as aves de rapina.
reação em cadeia
Os raticidas que estão sendo utilizados na tentativa de eliminar os ratos estão afetando várias espécies, de lesma a peixes. Inclusive, estudos já identificaram a presença de veneno em cobras que se alimentam de sapos, em lagartos que comem vegetação e até em caracóis.
Bill Baterman, biólogo da Curtin University, afirma que os ratos bioacumulam os venenos e, como répteis, conseguem sobreviver um pouco mais em comparação a outras espécies, mesmo após a ingestão. “Ou seja, os ratos se tornam bombas-relógio tóxicas, envenenando predadores que possam comê-los”, explicou.
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— John Stevenson (@cropmad) May 18, 2021
After enduring one of the worst droughts in memory, farms and communities in western New South Wales are now enduring another disaster – millions of mice – and there’s no end to the plague in sight. #abc730 pic.twitter.com/lNzWTe5mwJ
— abc730 (@abc730) May 24, 2021