“Temos esta linha de pesquisar a cena e estar o tempo todo investigando. A gente o criou como forma de questionar algumas estruturas pré-estabelecidas a respeito do que é teatro do que é dança. Este nosso trabalho é um questionamento sobre o nosso próprio trabalho, sobre nossa arte e sobre esta decisão de viver de arte”, aponta Paula Augusto um dos autores e criadores de Tijela, vídeo-performance de hibridismo cênico. Vai ao ar nesta sexta (23) às 20h e neste sábado (24), às 16h e às 20h. Depois da última apresentação vai rolar um bate papo via Google Meet pra quem se interessar. (clique aqui para participar)
Nele elementos da dança, do teatro, da musica e do cinema dialogam. O trabalho busca se embrenhar nas ruínas de representações artísticas modernas, manipulando, reciclando e distorcendo ainda mais os destroços da contemporaneidade. “Transformamos em vídeo-performance por causa da pandemia. Ele está ali em vários lugares e ao mesmo tempo pode não estar em lugar nenhum e vai depender muito de quem vê, de quem assiste”, analisa Paulo.
O trabalho é feito junto com Tamara Prantl criando um universo onde todo o movimento é uma ação cósmica e todo o erro um acerto um inconsciente, tudo se desdobra dentro de uma narrativa não-linear, em que rege a contramão e o desencontro.
“É uma anti-cena, sem movimentos premeditados, onde os integrantes são como partículas subatômicas que se repelem e se atraem. A coisa se desenvolve como um happening, onde o corpo transita, a música soa, o movimento acontece e algumas palavras surgem. Se há um personagem principal, este é uma tigela”, conta Paulo
O foco do espetáculo é uma investigação da relação entre o corpo e a palavra, o gesto e o movimento, em um estado cênico que permite transitar no limiar entre Dança e Teatro, e toda a ação ocorre em torno desse símbolo esférico. Os elementos da vida e da arte se contorcem dentro de uma tigela ordinária. O projeto é contemplado pela Lei Aldir Blanc.