Uma motocicleta rodando a 870 km/h foi, supostamente, flagrada em Campo Grande. Pelo menos é isso que indica uma multa aplicada pelo Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito) em Franklin Fonseca, ex-proprietário da moto, que agora tenta reverter a situação na Justiça.
Para o Estado Online, ele, que é motorista de aplicativo atualmente, contou que enfrenta um processo na Justiça justamente por causa desta situação, que ocorreu em fevereiro de 2019. Ele vendeu a motocicleta em setembro do mesmo ano e, para passar para o novo proprietário, arcou com um valor de quase de R$ 900 da multa.
Ainda sim, Franklin contou que em 2020, o Detran abriu o processo de suspensão da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) por conta desta multa. E conseguiu decisão favorável.
“Veio a decisão agora em outubro e eles simplesmente descartaram minha defesa e aplicaram a suspensão de dois meses”, contou. “É um fato que deixa a gente inconformado, sabe”, completou.
O mais engraçado é o absurdo da situação: a motocicleta é uma Honda Fan modelo 150 cilindradas, que teria passado dos 800 km/h. “Nem avião monomotor ou bimotor anda nessa velocidade, mas a minha moto conseguiu”, ironizou.
Franklin destacou ainda que no próprio CBT (Código de Trânsito Brasileiro) consta que erros deste tipo permitem a anulação da multa. “Eu aleguei isso no meu recurso, mas o Detran, simplesmente ignorou”, contou.
E o motorista de aplicativo ainda brincou com a própria penalização. “Eu quase passei a barreira do som e fiquei com a pena mínima [de suspensão de CNH]”. Apesar das brincadeiras, Fonseca reforçou que vai pedir uma liminar já que entregou a CNH no Detran, obedecendo a decisão, mas precisa da carteira para não ficar no prejuízo.
Valor nas alturas
A situação ganhou repercussão depois que Franklin postou o caso nas redes sociais. Além de notoriedade, ele recebeu diversas ofertas pela motocicleta mais veloz do mundo. “Para mim, é uma vergonha o Detran fazer um papel desses, mas, o que aconteceu, eu fiz o desabafo e toda hora chega uma notificação de alguém querendo comprar minha moto”, contou. “Se eu estivesse com ela ainda, ia ganhar um dinheirino”, concluiu. (Com Itamar Buzzatta)
Confira a live do Itamar Buzzatta sobre o caso: