Criticado internacionalmente, o governo brasileiro precisa gerar “confiança” na gestão do meio ambiente para quebrar o impasse no acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul.
As informações são do espanhol Ignacio Ybáñez, embaixador do bloco europeu no Brasil, em entrevista publicada nesta terça-feira (29). Foram necessários vinte anos para que UE e Mercosul chegassem a um acordo político anunciado em junho de 2019.
“Esta é uma oportunidade única para os países da UE e do Mercosul, numa época em que as grandes potências, os Estados Unidos e a China, têm uma visão muito mais protecionista. Se não houver acordo, outros aproveitarão, e não será a Europa”, disse Ybáñez à agência de notícias EFE.
Holanda, Áustria e França já viraram as costas ao endosso do acordo, caso o governo brasileiro não altere suas políticas ambientais.
O governo Bolsonaro tem sido censurado internacionalmente por não fazer o suficiente em relação aos incêndios florestais em partes da Amazônia e do Pantanal.
Entretanto, Ybáñez disse que houve “uma atitude de maior cooperação” por parte do governo brasileiro com gestos como a criação, neste ano, do Conselho Nacional da Amazônia Legal.
O diplomata também destacou o envolvimento do setor privado brasileiro, com uma iniciativa pró-Amazônia liderada pelos três principais bancos privados do país que se uniram assim à pressão dos fundos internacionais de investimento, o que exigiu uma mudança de rumo na política ambiental do Brasil.
(Com informações: Veja)