Neste momento de conscientização sobre a doença, endoscopista esclarece fatores de riscos, sintomas e o que pode ser feito para se proteger
Com o envelhecimento da população, houve um aumento nos casos de câncer de intestino (cólon e reto) em todo o mundo. Hoje a doença representa a segunda causa de morte por câncer, atrás do de próstata entre os homens e o de mama nas mulheres.
O câncer colorretal é o segundo mais frequente no Brasil, Segundo estimativas do INCA (Instituto Nacional de Câncer), este ano poderão ser contabilizados quase 41 mil novos casos no país, um aumento de aproximadamente 12% em relação ao ano passado. Dados que fazem com que esse tumor seja o segundo e o terceiro mais frequente entre a população brasileira.
De acordo com o professor do curso de Medicina da Uniderp, o endoscopista Thiago Domingos, o câncer de intestino, tem um componente genético que pode ter uma importância significativa. Portanto aquele que tem histórico familiar de câncer, e não necessariamente apenas do próprio intestino, esses pacientes já têm um risco maior do que a população em geral de desenvolver o câncer ou do reto ou do cólon.
“Mas Além disso existem vários hábitos de vida do nosso dia a dia que podem influenciar para que a gente desenvolva o câncer. Nisso a gente poderia citar hábitos, coisas simples da nossa rotina que poderiam nos ajudar, como por exemplo, estimulando o consumo de frutas, verduras, alimentos ricos em fibras, o consumo em grande quantidade de líquido de água, prática de atividade física. Essas são medidas básicas que podem nos ajudar na prevenção do câncer de intestino”, revela o especialista.
Grande parte dos tumores de intestino aparece a partir de pólipos, que são lesões benignas que crescem na parede interna do órgão e podem se tornar malignas com o passar do tempo. Após os 50 anos de idade, a chance de ter pólipos gira entre 18 e 36%.
“Temos indicado mais precocemente a colonoscopia, antigamente toda a população homens ou mulheres deveriam fazer um exame a partir dos 50 anos. A sociedade americana recomenda a partir dos 45, justamente porque temos visto não só um aumento no número de casos de câncer de intestino, mas é uma coisa mais significativa é que tem acontecido cada vez mais cedo, então nós precisamos começar os exames mais cedo. E vale uma alerta aqueles que tem um histórico familiar de câncer de intestino ele ficar atento”, explica o profissional.
Adotar hábitos alimentares saudáveis, ajuda na prevenção
Alimentos muito processados, que infelizmente tem se tornado cada vez mais comum no nosso dia a dia, podem favorecer o desenvolvimento do câncer de intestino. Carne vermelha em excesso está relacionado ao aumento da doença. “Nós aqui do estado que temos esse hábito o pessoal precisa refletir e tentar diminuir um pouco o consumo da carne vermelha, tentar balancear a carne branca, como frango, peixe, isso é importante. Sem contar que ingerir bebida alcoólica em excesso, o tabagismo são todos os atos de vida que podem aumentar o risco de câncer de intestino também”, evidencia.
O primeiro sinal da doença costuma ser a presença de sangue em pequena quantidade nas fezes. “Presença de sangue nas fezes, o que pode ser vermelho vivo mas pode ser um sangue digerido, que às vezes a pessoa leiga não consegue reconhecer ele vai ver que as fezes dele estão escuras, pretas. Isso é um sinal de sangue nas fezes que muitas vezes passa despercebido, sem contar outros sinais como dor abdominal, emagrecimento, anemia fraqueza, são sinais que nos despertam a preocupação”.
Esses pólipos eles não dão sintomas, então é impossível o paciente saber se tem o pólipo no intestino. A única maneira de descobrir é fazendo o exame de colonoscopia. “Às vezes no exame nós conseguimos detectar esses pólipos e retirá-los já no exame mesmo. Então essa lesão que daqui um ou dois anos viraria um câncer eu já tiro antes, e com isso nós conseguimos evitar que a pessoa tenha um câncer de cólon na enorme maioria das vezes”, finaliza.