SES aponta crescimento de Doenças Sexualmente Transmissíveis no Estado

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

SES aponta crescimento de Doenças Sexualmente Transmissíveis no Estado

Por Suelen Morales – Jornal O Estado MS

O crescimento de DST’s (Doenças Sexualmente Transmissíveis) tem sido observado em todo o Estado, é o que aponta a SES/MS (Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul). Nos últimos três anos, foram contabilizados 2.330 casos de Aids e elevação no número de ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) curáveis, entre pessoas de 15 a 49 anos.

“Em Mato Grosso do Sul, em comparação entre os anos de 2020 e 2021, houve aumento em todas as ISTs, mesmo durante o período da pandemia da COVID19. Neste ano, os números de casos estão próximo de atingir metade dos índices de 2021, mostrando uma considerável elevação em todos os casos registrados pelo Estado. A SES/ MS explica que a notificação das doenças é compulsória aos municípios”, afirmou em nota.

Conforme os dados da SES, em 2020 foram registrados 891 casos de HIV/Aids, 1.003 em 2021 e 436 até junho de 2022. No caso de Hepatite B foram 54 casos em 2020, 116 em 2021 e 38 em 2022.

Já a Hepatite C teve 74 casos em 2020, 137 em 2021 e 42 em 2022. Por fim, os registros de Sífilis foram de 208 em 2020, 96 em 2021 e 33 em 2022. A secretaria acrescentou que “não foram registrados casos de herpes genital no período”.

O Estado fez um levantamento dos casos de doenças sexualmente transmissíveis nos municípios de Ribas de Rio Pardo devido ao seu aumento populacional, na cidade de Ponta Porã por ser fronteiriça e na segunda maior cidade do Estado, Dourados.

Com pouco mais de 25 mil habitantes, Ribas do Rio Pardo vive uma expansão econômica e habitacional com a chegada de uma nova indústria de celulose. O ex-ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta afirmou que o cenário é preocupante.

“Em Ribas do Rio Pardo a chegada de uma fábrica de celulose é excelente. Um dos maiores investimentos da história. Mas, vai lá ver a crise social. Chegaram 14 mil homens trabalhadores em seis meses, não tem habitação, não tem hospital, não tem alimentação pois a inflação é enorme dentro da cidade. Se você não planeja, você paga um preço muito alto”, afirmou Mandetta em entrevista ao jornal da Hora.

Entretanto o secretário de Saúde de Ribas do Rio Pardo, Marcos André De Melo Ribas Do Rio Pardo, assegurou que não existe um aumento exponencial de casos no município. “O agravo que tem chego até mim para ser notificado é Sífilis principalmente em gestantes.

Das 16 situações notificadas esse ano, nove foram em gestantes. Pessoas jovens na faixa etária 15 a 25 anos. E as pessoas não se preocupam muito em relação as IST, geralmente buscam a unidade de saúde quando apresenta agravante”, revelou o secretário que reforçou que a secretaria municipal de saúde tem realizado ações de prevenção e conscientização das DST.

Sobre existir tabu relacionado ao tema, o secretário garante que não vê dessa forma e que a procura por preservativos é constante. “Não vejo tabu. Eu creio que usam preservativos, até porque sempre há reposição desses itens”, afirmou.

Quanto a situação em Ribas do Rio Pardo, a SES/MS ressaltou que “tem orientado o município a realizar a vigilância e fazer o manejo clínico de todas as doenças, em razão do aumento expressivo de habitantes. O município ainda se mantém com baixos índices de contaminação por ISTs”, afirmaram e asseguraram que garantem o aporte de preservativos interno e externo, gel lubrificante, testagem rápida para HIV, sífilis, hepatite B e C e oferece a profilaxia pós exposição ao HIV.

Em Ponta Porã, a Secretaria Municipal de Saúde apontou uma crescente nos casos de HIV e Sífilis. No ano passado foram 39 casos de HIV e neste ano são 27 casos até o momento. Quanto a Sífilis não especificada, foram 82 casos em 2021 e 46 em 2022. Já entre as gestantes, foram 43 casos de Sífilis em 2021 e 24 em 2022.

E ainda a Sífilis congênita com 22 em 2021 e seis registrados neste ano. As demais doenças como hepatites, herpes genital, gonorreia e clamídia não chegam há dez casos. Já a Secretaria de Saúde de Dourados informou que os números de DST/AIDS em 2021 foram de 84 e em 2022 foram diagnosticados 43 casos.

Somando 127 novos usuários no tratamento a doenças sexualmente transmissíveis. “O perfil nos casos de AIDS na maioria de homens com idade entre 20 a 50 anos. Já no caso de Sífilis a faixa etária é de de 17 a 40 anos. Por fim, as Hepatites acometem tanto homens como mulheres na idade de 18 a 60 anos”, acrescentou a enfermeira e coordenadora do programa em Dourados, Aurenita Barbosa.

 

Tratamento e diagnóstico precoce são fundamentais – De acordo com o Ministério da Saúde as DST são causadas por vários tipos de agentes e são transmitidas, principalmente, por contato sexual sem o uso de camisinha, com uma pessoa que esteja infectada e, geralmente, se manifestam por meio de feridas, corrimentos, bolhas ou verrugas. Cabe destacar que algumas DST são de fácil tratamento e de rápida resolução.

No entanto, as mulheres, em especial, devem ser bastante cuidadosas, já que, em diversos casos de DST, não é fácil distinguir os sintomas das reações orgânicas comuns de seu organismo. Isso exige da mulher, consultas periódicas ao médico. Outras doenças, contudo, têm tratamento mais difícil ou podem persistir ativas, apesar da sensação de melhora relatada pelos pacientes.

Algumas DST, quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves e até a morte. E há ainda, algumas DST que podem ser transmitidas da mãe infectada para o bebê durante a gravidez ou durante o parto e provocar a interrupção espontânea da gravidez ou causar graves lesões ao feto.

 

Conheça os tipos de DST:

– Aids: causada pela infecção do organismo humano pelo HIV (vírus da imunodeficiência adquirida). O HIV compromete o funcionamento do sistema imunológico humano; – Cancro mole: também chamada de cancro venéreo, popularmente é conhecida como cavalo. Manifesta-se através de feridas dolorosas com base mole;

– Condiloma acuminado ou HPV: é uma lesão na região genital, causada pelo Papilomavirus Humano (HPV). A doença é também conhecida como crista de galo, figueira ou cavalo de crista;

– Gonorréia: é a mais comum das DST. Também é conhecida pelo nome de blenorragia, pingadeira, esquentamento. Nas mulheres, essa doença atinge principalmente o colo do útero;

– Clamídia: também é uma DST muito comum e apresenta sintomas parecidos com os da gonorréia, como, por exemplo, corrimento parecido com clara de ovo no canal da urina e dor ao urinar.

– Herpes: manifesta-se através de pequenas bolhas localizadas principalmente na parte externa da vagina e na ponta do pênis. Essas bolhas podem arder e causam coceira intensa. Ao se coçar, a pessoa pode romper a bolha, causando uma ferida;

– Linfogranuloma venéreo: caracteriza-se pelo aparecimento de uma lesão genital de curta duração (de três a cinco dias), que se apresenta como uma ferida ou como uma elevação da pele.

– Sífilis: manifesta-se inicialmente como uma pequena ferida nos órgãos sexuais (cancro duro) e com ínguas (caroços) nas virilhas. Se a doença não for tratada, continua a avançar no organismo, surgindo manchas em várias partes do corpo;

– Tricomoníase: os sintomas são, principalmente, corrimento amarelo-esverdeado, com mau cheiro, dor durante o ato sexual, ardor, dificuldade para urinar e coceira nos órgãos sexuais.

 

Leia a edição impressa do Jornal o Estado MS e faça sua assinatura aqui

Confira as redes sociais do O Estado Online no Facebook Instagram.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *