Covid19: Secretário da SES alerta para morte da população mais humilde

Resende destacou negros, indígenas, idosos e mais pobres como maioria

A população mais humilde tem composto a maior parte das mortes por coronavírus em Mato Grosso do Sul, junto com idosos, que costumam apresentar uma saúde já fragilizada. Segundo o secretário de Saúde do Estado, Geraldo Resende, entre os mais pobres, aumentou o número de mortes entre indígenas e negros. Os dados da SES (Secretaria de Estado de Saúde) mostram que, dos 421 mortos pela COVID-19, 21 são indígenas e 13 pessoas são negras.

“Quem está morrendo mais são os mais pobres, a população mais humilde, porque essa população tem as pessoas com mais risco, que têm comorbidades, têm pneumopatia, diabetes descontroladas, doenças pulmonares derivadas do uso exagerado dos cigarros. São pessoas que têm doenças de baixa imunidade, se encaixando neste perfil, [temos] negros e população indígena”, comentou Geraldo para a reportagem.

O secretário destaca que o péssimo comportamento da população em relação ao isolamento e a cuidados com a propagação da doença resulta na morte dos mais fragilizados. “As pessoas não se compadecem e não tem compaixão pelos mais humildes, as pessoas com menos condições, com pouco acesso a medicamentos e recursos de saúde pagam, morrendo”, disse. “Enquanto essas mortes não chegarem à elite, teremos esse resultado”, comentou o secretário.

A infectologista Mariana Croda destaca que as mortes nessa parte da população mais vulnerável também se justificam pela falta de acompanhamento e monitoramento. “Não só a população mais vulnerável financeiramente, mas os usuários do serviço público têm maior mortalidade que aqueles que têm acesso ao serviço privado. Estudos mostram isso”, disse.

Para ela, a população privada de liberdade e até quem vive em situação de rua são determinantes sociais da saúde que são mais importantes do que o agravo em si. Segundo a infectologista, esses determinantes sociais interferem naqueles que têm doenças crônicas controladas, podendo levar essas pessoas à morte quando infectadas pelo coronavírus. “Pessoas vulneráveis e com doenças como diabetes, hipertensão , a falta de acesso a saúde desde o diagnóstico até o acompanhamento, são fatores para a morte dessa população”, frisou.

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(Texto: Dayane Medina/Publicado por João Fernandes)

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