Levantamento reuniu dados de 2010 a 2020 de mais de 7 mil cartórios do Brasil
Miguel e Maria Eduarda foram os nomes mais escolhidos para os bebês que nasceram na última década no país, é o que afirma um levantamento realizado pela Arpen (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais), que reuniu dados de todos os 7.660 cartórios de registro civil espalhados pelo país.
Com 321.644 registros, Miguel está no topo da lista. Arthur é o segundo nome que caiu no gosto dos pais, com 287.886 certidões. Davi completa o pódio, com 248.066. Já no ranking geral, Maria Eduarda conquistou 214.250 registros e está no quinto lugar das preferências, mas na melhor posição para um nome feminino. Alice, na sexta posição, com 193.788; Laura, na nona, com 153.557; e Sophia, na décima, com 147.579 integram a lista dos dez nomes preferidos.
Para ela e para o marido, a escolha dos nomes das crianças não foi difícil. “Eu tinha alguns nomes para menino e menina e estava em dúvida entre Davi e um outro nome, mas meu marido logo optou por Davi consideramos, principalmente, o fato de ser o nome de um dos maiores servos de Deus que se ouviu falar, o rei Davi. Muitos motivos me levaram a escolher Laura. O fato de ser um nome que tem muito pouco na família, o significado – vitoriosa – e depois me atentei para o fato de ser nome de uma tia avó que já havia falecido” explicou.
Elder Rodrigues, de 36 anos, é pai de Maria Eduarda Rodrigues, de 8. Ele contou que colocou esse nome, que está no topo da lista como os mais escolhidos para as meninas, por influência dos familiares. “Minha vontade era colocar outro nome, aí os parentes da parte da minha esposa começaram a chamar por ‘Dudinha’ quando ela ainda estava na barriga, então minha esposa gostou e eu acabei gostando também”.
Década marca o fim da “era Enzo”
O levantamento indica o fim da “era Enzo”, nome que ficou no topo das listas em alguns anos. Os nomes compostos só aparecem em duas ocasiões no ranking geral: na quinta colocação, com Maria Eduarda; e na oitava posição, com Pedro Henrique.
Ainda segundo a Arpen, os dados mostram que o nome campeão, Miguel, mantém a liderança em dez estados, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Arthur é o mais escolhido em outras oito unidades da federação, como Bahia, Pará e Rio Grande do Sul.
O ranking dos dez mais escolhidos entre os nomes masculinos representa uma mudança de gosto dos pais, com a presença de nomes como Theo (18.674), Davi (18.623) e Gael (16.667). Esses nomes não integraram a lista dos anos anteriores, ocupando o lugar de nomes que se consolidaram ao longo da década, como Enzo Gabriel, agora fora dos dez mais escolhidos.
Seguindo a tendência dos dados – compilados a partir de 2010 –, os nomes compostos também perderam força e cederam lugar aos simples neste ano. A prevalência de nomes compostos só ocorre na lista com os dez nomes femininos mais frequentes, como: Maria Clara, Maria Júlia e Maria Eduarda. Helena é o nome predileto para meninas no Brasil em 2020, com 22.166 ocorrências.
(Texto: Mariana Ostemberg com informações da Folhapress)