De dezembro a março, em meio ao período de verão, os cuidados para evitar acidentes com escorpiões devem ser redobrados, pois o clima quente e úmido é ideal para o aparecimento desses animais, que estão presentes em esgotos, entulhos, e locais onde há presença de lixo. Por isso, levando em conta as condições propícias, é importante saber como agir em caso de acidente.
As pessoas picadas por animais peçonhentos, nesse caso específico o escorpião, devem procurar qualquer unidade de saúde mais próxima, para que possam receber atendimento o mais rápido possível. Se houver necessidade, o paciente será encaminhado para uma unidade hospitalar. Em Campo Grande, o Hospital Regional Rosa Pedrossian, por exemplo, é referência em atendimento de acidentes com escorpião.
Os primeiros socorros podem ser feitos pela própria vítima, ou por pessoas próximas, desde que feitos adequadamente. As recomendações baseiam-se em limpar o local da picada com água e sabão, aplicar compressa morna e procurar o serviço de saúde mais próximo, como as Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou Centro Regional de Saúde (CRSs)
Já as recomendações do que não fazer, consistem em evitar fazer torniquete ou garrote, não furar, cortar, queimar ou espremer o local, não aplicar qualquer tipo de substância, (álcool, querosene, fumo, ervas, pó de café, terra), não fazer curativos que fecham o local da picada, pois isso pode favorecer o aparecimento de infecções, não beber bebida alcoólica ou qualquer outra substância com intuito de tirar a dor, pois além de não agir contra o veneno, ainda poderá causar complicações no quadro clínico, não colocar gelo ou água fria no local, pois acentua a dor e não usar pomadas, já que a substância pode alterar a cor da pele, além de não impedir a penetração do veneno.
A bióloga Christianne Brandão, técnica do Serviço de Combate a Roedores, Animais Peçonhentos e Sinantrópicos (Scraps) do Centro de Controle de Zoonozes (CCZ) de Campo Grande, orienta ainda que, se possível, é recomendado levar o animal acondicionado em um recipiente de vidro com álcool ou uma foto para identificação da espécie, permitindo assim uma avaliação mais eficaz sobre a gravidade do acidente. “O procedimento, porém, deve ser feito com segurança e só feito se não demandar muito tempo, já que a prioridade é o atendimento médico urgente”, reforça.
O uso do soro não é recomendado em todos os casos de acidente com escorpião. Apenas um profissional de saúde poderá fazer essa avaliação. Já o antiveneno é indicado em casos moderados ou graves.
(Texto: Julisandy Ferreira com assessoria)