Registros de fotógrafos campo-grandenses retratam a beleza da decoração natalina na Cidade Morena

Wilmar Carrilho
Wilmar Carrilho

Então é Natal! Data que, para os cristãos, simboliza o nascimento de Jesus e que também propõe a reflexão sobre o renascer nesta época de luzes e cores para uma vida cheia de prosperidade, paz e amor. Aliás, a magia das luzes de Natal de Campo Grande está encantando quem passa pelo centro da cidade, assim como os fotógrafos que registram esses momentos em retratos de rara beleza. Foi com este sentimento de renascimento e esperança que o caderno Artes&Lazer foi conhecer um pouco da história desses fotógrafos que estão chamando a atenção em páginas do Instagram.

Eduardo Peixoto, acadêmico de Direito, criou a página “Nosso MS” para reunir as belezas de Mato Grosso do Sul por meio de registros de fotógrafos locais, e foi nesta página que encontramos as fotografias dos efeitos natalinos da cidade. Eduardo explicou como surgiu esta iniciativa. “Percebi que havia excelentes trabalhos com fotos maravilhosas dos destinos turísticos do nosso Estado, e também do nosso bioma Pantanal, que estavam sendo feitos de forma muito individualista, aí surgiu então a ideia de agregar todas essas ideias em uma página única que eu criei com o nome ‘Nosso Ms’.”

Poeta das imagens

Wilmar Carrilho é funcionário público, fiscal tributário estadual da Sefaz-MS, e faz suas fotos na folga dos plantões e durante as viagens de trabalho. Ele era artista plástico e há seis anos mudou de hobby e foi para a fotografia. “Tenho 60 anos, e estou na fotografia desde 2015. A fotografia que era hobby virou quase uma profissão. Eu pintava quadros antes de 2015, daí me apaixonei pela fotografia e parei de pintar! Acho que essa sensibilidade na arte, na pintura me ajudou muito na fotografia, no olhar os detalhes com percepção.”

Wilmar tem sua receita quando perguntado sobre o que é importante para se fazer um bom registro fotográfico. “A observação nos detalhes, saber o timing exato da captura, procurar um ângulo diferenciado, e muita sensibilidade para você mostrar, na foto pronta, aquilo que você pensou antes que ela acontecesse.”

Na foto intitulada por Wilmar como “Os Soldadinhos da Perna de Pau e a Árvore de Natal Luminosa”, a perfeição do artista pode ser vista na iluminação e na perspectiva dos soldados de perna de pau; o fotógrafo contou um pouco da história desse registro. “Eu procuro sempre um ângulo diferente, uma luz diferente, pra mostrar detalhes que não se percebe normalmente. Foi o que fiz nessa foto dos soldadinhos, fiz essa com celular mesmo, quase debaixo deles, para mostrá-los grandes como a árvore. Exuberantes.”

Questionado sobre qual arte é mais difícil: pintar ou fotografar, Wilmar foi rápido como um clique. “Creio que os dois, para mim, são fáceis, pois o que se faz com prazer, com amor, se torna fácil. Mas a fotografia é arrebatadora. A cena acontece num milésimo de segundo e se você registrou, amém, se não, isso pode nunca
mais acontecer. O quadro pode ser pintado e até copiado. Na fotografia o quadro fica pronto na hora (risos), já o quadro levava de três a seis dias para ficar pronto.”

“Procuro sempre, nas minhas fotos, despertar sentimentos, expor a beleza da natureza que as pessoas não percebem, e que pode estar ali na frente delas. Alguns amigos dizem que sou o ‘poeta das imagens’, gosto disso, pois traduz exatamente o que quero transmitir e nessa pandemia isso foi muito importante, mostrar o
belo, num momento difícil para todos”, finaliza Wilmar Carrilho.

Retratos aéreos

Maurício Soares

Mauricio Soares Ferreira é policial militar e ama fotografia. Com seu drone, nas horas vagas capta imagens incríveis por meio das lentes e chama a atenção pelo belo trabalho que fez registrando as luzes do Natal na
Cidade Morena. O relógio da Afonso Pena e os enfeites iluminados vistos do alto são de rara beleza. Para expor suas fotografias à apreciação pública, Mauricio criou a página “Altos 67 – Voando ao click”. Ele conta um pouco dessa história. “A página ‘Altos 67’ remete a tudo ao que vivemos ao longo desses últimos anos. Com a pandemia, eu não tive formatura, nem festa da formação acadêmica, e o dinheiro com o qual eu tinha pago a formatura foi reembolsado em grande parte.

Como eu já tinha ideia de comprar um drone desde 2016 e 2017, esse dinheiro foi o estopim para comprar o drone, e já de imediato criar a página e mandar para os amigos e familiares esse projeto de fazer fotos de Campo Grande e também em todo o Estado.”

O início

“No começo quando eu via as pessoas tirando fotos e via álbuns de família, eu queria tirar aquelas fotos, porém era criança e antigamente tinha aquelas câmeras Kodak com filmes (negativo) que tinha que comprar, e às vezes queimavam. Era algo caro e você não poderia perder uma foto, sendo mais difícil ainda um adulto deixar uma máquina fotográfica na mão de uma criança. Às vezes até acontecia de eu tirar uma ou outra foto”, relembra Mauricio.

Foi por intermédio do pai que o fotógrafo entrou para o mundo dos cliques. “Tudo mudou quando meu pai foi presidente da associação do Corpo de Bombeiros, ele tinha uma câmera, cuja memória era um disquete. Desde então, fiquei responsável em tirar fotos dos eventos da associação dos bombeiros, e também de editar
vídeos feitos nesses eventos. Foi então que vi como era interessante fotografar, pois a foto é algo que eterniza aquele momento que você viveu. Daí em diante sempre fiz as fotos dos encontros familiares (Natal, AnoNovo, casamentos, aniversários). Com o passar do tempo com as novas câmeras, smartphones foi cada vez mais fácil tirar fotos”, apontou o policial fotógrafo.

Buscando parcerias

No momento, Mauricio busca parcerias para expandir os horizontes com a fotografia. “O drone é um equipamento muito caro, acho que todos devem saber disso, logo tem de se ter muito cuidado onde voar, às vezes eu não tiro uma foto mais próxima em razão da capacidade do meu drone, que não tem sensores de colisão.”

“Em um voo em busca de uma foto perfeita pode ocorrer um acidente, uma batida nos galhos de árvores, fios, ou até mesmo pássaros que normalmente se aproximam e derrubam drones também (no YouTube encontramos vários casos de acidentes). Outro cuidado são as baterias, uma bateria dura em torno de 23-25 minutos, que com o passar do tempo vai diminuindo sua capacidade, sendo assim obrigado a comprar uma nova. É por isso que procuro parceiros, que possam entrar junto no projeto para cada vez melhorar, pois, tendo um drone com sensores de colisão e uma câmera mais precisa, o resultado das fotos será cada vez melhor”, ressalta Mauricio.

Experiência internacional

Karina Matos

A fotógrafa Karina Matos trabalha profissionalmente na área e carrega no currículo a experiência adquirida fora do país. Com belos registros do relógio da Afonso Pena e da decoração da 14 de Julho, ela contou sobre
sua trajetória e relatou a técnica utilizada nos registros. “Atualmente eu vivo da profissão de fotógrafa. Eu trabalho na Prefeitura de Campo Grande como fotógrafa. Minha paixão pela fotografia existe desde pequena, mas ela só voltou a pulsar mais forte quando eu morei na Alemanha, em Dusseldorf por três anos, entre 2015 e 2018, e lá eu comecei a fotografar as minhas viagens e as paisagens, e desde então não parei mais.”

“Para as fotos do Natal, eu usei o método longa exposição, em que é preciso ter um tempo mínimo para que a câmera possa capturar uma quantidade exata de luz e assim compor a imagem. Basicamente foi isso. E claro, eu fico sempre tentando procurar o melhor ângulo e posição para fazer o melhor enquadramento
da minha imagem. Tudo é questão do olhar de cada um. No meu ponto de vista a fotografia é resguardar memórias. Sempre por meio da fotografia você pode conhecer um lugar, alguém ou alguma coisa”, finaliza Karine. (Texto: Marcelo Rezende)

Para conhecer as páginas ‘Nosso MS’ e dos fotógrafos acesse:

https://www.instagram.com/msnosso/
https://www.instagram.com/altos67_/
https://www.instagram.com/wilmarcarrilho/
https://www.instagram.com/karinematosss/

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