PM prende dependentes químicos na antiga rodoviária 

Em duas horas de operação, pelo menos 105 pessoas foram abordadas, sendo três usuários detidos com entorpecentes e um suspeito presos por tentativa de homicídio

A Polícia Militar realizou ontem (22) a 8ª ação na região da antiga Rodoviária da Capital. Durante a Operação Laburu, do 1º Batalhão da Polícia Militar, cinco pessoas foram presas com entorpecentes e encaminhados à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro.

A abordagem foi feita com 30 viaturas e aproximadamente 60 policiais militares cercaram os dependentes químicos que estavam dormindo na calçada. Além do local, a Orla Ferroviária, o camelódromo e alguns pontos específicos também foram fiscalizados pelas equipes de policiais militares. O objetivo é garantir a segurança dos moradores e comerciantes da área central.

Um dos maiores problemas da região é a concentração de dependentes químicos que incidem na criminalidade. Durante uma ação da polícia em outubro deste ano, alguns donos de hotéis em volta da rodoviária também foram investigados por receptarem e comercializarem drogas de traficantes locais.

Foto: Valentin Manieri/ O Estado de MS

O coronel do 1º Batalhão da Polícia Militar, Claudemir Braz, explicou a abordagem feita e também algumas dificuldades. “Quando chegamos ao local, os moradores estavam dormindo na calçada. Um dos suspeitos estava bem alterado e continha uma quantidade razoável de pasta base. Tivemos que detê-lo na viatura da PM”, afirma o coronel.

Entre os abordados está a jovem de 19 anos, Gleicy Kelly Santos, que vive na rua juntamente com o seu companheiro. Dependente química, ela contou que chegou na rodoviária ainda menor de idade e, desde então, não voltou mais pra casa. “Estou há dois anos aqui e não quero voltar pra casa. Minha família mora em Sidrolândia e estou com meu namorado. Nem sei porque a polícia está fazendo isso, o pessoal acaba voltando pra cá em menos de uma semana”, explica.

Com informações do Coronel Braz, a polícia se dirigiu até o bairro Cophavila, onde havia uma arma usada por um dependente químico e suspeito por homicídio, que não teve a identidade revelada. “As intensivas ações ocorrem sempre com a ajuda da Inteligência da Polícia Militar. O suspeito já havia recebido mandado de prisão no dia anterior e hoje vamos apreender a arma”, afirma.

Durante a patrulha, os moradores de rua são orientados a procurarem o POP (Centro de Referência Especializado à População em Situação de Rua), e o Cetremi (Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante e População de Rua) para iniciarem um tratamento de desintoxicação e reabilitação com o intuito de serem ressocializados, porém, muitos resistem e acabam permanecendo na rua à mercê da criminalidade.

(Texto: Thais Cintra)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *