A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta sexta-feira (26) a operação “Capture the flag”, que tem como alvo um grupo de hackers chamado Digital Space, que teria vazado os dados de milhares de integrantes das Forças Armadas em retaliação às ações do presidente Jair Bolsonaro no combate à pandemia de covid-19. Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão nos Estados do Rio Grande do Sul e Ceará.
De acordo com a PF, integrantes do grupo hacker investigado obtiveram e expuseram de forma ilícita dados pessoais de mais de 200 mil servidores e autoridades públicas “com o objetivo de intimidar e constranger tanto as instituições quanto as vítimas que tiveram seus dados e intimidade expostos”.
Segundo a apuração, a organização teria invadido também sistemas de universidades federais, prefeituras e câmaras de vereadores de cidades no Rio de Janeiro, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul, além de um governo estadual e diversos outros órgãos públicos. Somente no Rio Grande do Sul, foram mais de 90 instituições invadidas pelos hackers.
Há indícios, ainda, da prática de outros crimes cibernéticos por parte da organização criminosa, como compras fraudulentas pela internet e fraudes bancárias.
Em maio, o grupo Digital Space colocou na rede os dados pessoais de milhares de integrantes das Forças Armadas. Eles também divulgaram o resultado de exames médicos do presidente.
Recentemente, uma conta no Twitter registrada em nome do grupo Anonymous Brasil também divulgou na internet senhas de e-mail, dados de um cartão corporativo, números de telefones e endereços de Bolsonaro e seus filhos. A PF também investiga esse vazamento.
(Texto: Valor Econômico)