Há pouco mais de um mês do primeiro passo rumo à pesquisa para avaliar os impactos da transfusão de plasma de pessoas recuperadas da Covid-19 no tratamento de pacientes graves, o Hemocentro Coordenador de Mato Grosso do Sul já possui quase metade dos voluntários necessários para o estudo.
Desde a primeira coleta de plasma no dia 15 de junho, dezesseis recuperados já estão engajados com a pesquisa e participando das etapas de coleta.
Um desses voluntários é o representante comercial, Adalton Luis Nunes, que pegou o vírus do cunhado infectado no início de março após uma convenção do trabalho em São Paulo. Boa parte da família também pegou a doença, entre eles Mary Santos Nunes e Eduardo Henrique Santos Nunes, esposa e filho de Adalton que se voluntariou com objetivo de contribuir para que outras famílias não passem por isso num futuro próximo.
“Quando vi na televisão que teria esse estudo aqui, eu me prontifiquei na hora porque eu gostaria muito de ajudar outras pessoas a não passarem essa angústia que a gente passou. De ter uma doença e não saber como tratar, o que poderia curar, se haveria cura, se conseguiríamos tirar meu cunhado da UTI, eu me disponibilizei e estou participando justamente para poder ajudar a ciência a ter as respostas que ela precisa, para que outras pessoas não passem o que a gente passou”, conta.
De acordo com o Hemosul, há uma lista de espera em análise pelas instituições envolvidas com a pesquisa, pois devido a complexidade do estudo, há uma série de critérios que o voluntário precisa se enquadrar antes de integrar o estudo. Porém aos que desejarem, ainda é possível procurar o Hemosul e se voluntariar.
A cura da doença tem sido o principal desafio de cientistas e pesquisadores do mundo todo, e participar de um desses estudos é um grande marco para a instituição e envolvidos, conforme a coordenadora geral da Rede Hemosul-MS, Marli Vavas. “É muito importante ter iniciado este trabalho em parceria com a USP-Hemocentro Ribeirão Preto e Fiocruz. Temos uma satisfação imensa em contribuir para um tratamento que poderá ser uma opção fundamental para o enfrentamento da Covid”.
Em Mato Grosso do Sul a pesquisa liderada pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) envolve a participação da Rede Hemosul, Fiocruz MS e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
(Texto: João Fernandes com assessoria)