Pedro Espíndola aproveita pandemia para aprender, compor e lançar novidades

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O isolamento foi total. Das possibilidades de trabalho e exposição de sua arte a pisar fora de casa. Dentro do lar a música surgia naturalmente e os vídeos caseiros foram se profissionalizando. todas as normas e protocolos para evitar a COVID-19, mas nesta pandemia se reinventar era a meta. Assim, ela conseguiu se tornar um músico, exímio conhecedor de instrumentos de cordas, compositor ainda melhor, decidindo ir além ao aprender produzir e editar vídeos. Neste mais de 1 ano de distanciamento social foi responsável por oito áudiosvisuais e esta semana lançou sua mais nova composição pandêmica: “Raposa Corra”. (VEJA O CLIPE NO FIM DA MATÉRIA e Siga o artista no Instagram)  

Os trabalhos caseiros do artista não foram pensados como algo a ser esperado. “Essas produções homemade (caseiras) surgiram sem uma pretensão de ser algo como uma série ou algo com ou sem continuidade. Foram acontecendo espontaneamente ao longo dos meses. Vinha uma música nova ou a vontade de produzir algum vídeo novo e produzia”, destaca. Esta despretensão elevou a qualidade a cada novidade. “A partir desta última composição produzida, a ‘Raposa Corra’, percebi que tinha feito um vídeo tocando blues com a música de Howllin Wolf, uma música do John Lennon com meu pai. Produzi também com meu pai uma composição minha, ‘Sossega o Peito’, nossa primeira parceira e uma música mais lenta, com instrumental, ‘Nada de Nós’”, conta Pedro Espíndola.

Foram cinco peças de audiovisual de composições e versões além de três versões da Coquetel Blue, banda de blues que construiu. Com ela produziu Elmor James, uma da Rita Lee e uma da Celly Campello. “Em 12 meses de isolamento produzi oito webclipes. Então, é que quando começou o isolamento pensei em estudar alguma coisa. Pensei em inglês, focar mais em teoria musical e em dado momento passei a mexer com produção e edição de vídeo. O isolamento dá sensação de tempo desperdiçados, mas é para ter 30 anos no futuro quando estivermos vacinado”, reflete Pedro Espíndola.

 

Sintetizado em um ser só, Pedro Espíndola vai moldando seu futuro artístico mesmo aumentando o trabalho porque vídeos caseiros ainda assim precisam de uma material adequado. “Não tem placa de vídeo, então são muitas horas de edição. Não dá pra usar software de edição que o PC não aguenta. Mas a arte, a cultura é criatividade e um pouco de improviso em cima do que se apresenta. Então, fui melhorando e a captação de tudo também até chegar na musica ‘Raposa Corra’”,revela Pedro Espíndola.

Mundo distópico

“Raposa Corra” é um música composta na craviola, que é um instrumento brasileiro criado e concebido de maneira original pela Giannini, fabricado no Brasil. Pedro Espíndola explica que a craviola faz um flerte entre o violão de 12 cordas, viola e o cravo (aparelho musical de teclas do período barroco, século XVIII 18 mais ou menos).

“A achei durante a pandemia. Ela é de 2004. Estava bem surrada e fomos dando um talento para melhorá-la. Têm algumas imperfeições que têm que melhorar inda, mas a craviola tem um som muito único. Tanto ‘Sossega o Peito’ quanto ‘Raposa Corra’ surgiram do próprio som da craviola. Ela puxou as canções. Um acorde puxou o outro e a melodia veio e fiz a letra bem espontânea. Fui cantando de improviso e depois fui ver e, enfim, resultou nesta letra que tem esta brincadeira do amor e o fim do mundo”, explica Pedro Espíndola.

A música é no estilo “road movie” (filme de estrada) e de futuro distópico tema que o artista gosta muito e assistia quando podia escolher ira ao cinema. “Fui pensando nesta cena de roteiro de cinema onde vemos esta mudança climática, mudança do mundo que rima bastante e faz uma metalinguagem com nossa realidade. Imaginar alguém que contraiu o vírus no interior da China agora está em Corguinho aqui no interior. É muito louco de pensar em como este mundo está conectado e como esta irresponsabilidade global pode ocasionar um futuro distópico coisa que a gent enão deseja, mas artisticamente nos faz imaginar dentro da narrativa da letra”, pontua Pedro Espíndola.

Música do fim do mundo

“Há essa metáfora entre a pessoa e a raposa. Este flerte desse animal selvagem com essa personagem feminina que tem essa coisa do femme fatale, faz esta rima entre este animal deslumbrante da natureza e desta mulher fatal”, explica Pedro. Neste processo criativo o roteiro realmente parece de um filme apocalíptico ou pós-apocalíptico onde é preciso adaptar-se e entender o fim de algo ou alguém.

“Tem esta personagem feminina atravessando o fim do mundo entre algum conflito de cena que pode ter ocorrido e tem o espelho quebrado dentro de um quarto com cabelos no chão, essa pelagem vermelha da raposa com o cabelo da personagem e a personagem dirigindo seu carro na estrada vendo pelo espelho o fim e não se sabe se é o fim do mundo como a própria canção diz no começo ou fim de outra coisa como uma relação ou uma situção de vida que ela observa enquanto vai indo embora e pelo retrovisor do carro ela vai ver o que está atrás dela. Essa sensação meio ‘road movie’ permeou a letra enquanto eu estava escrevendo”, revela Pedro Espíndola.

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