Seja pela porta, pela janela ou em um submarino amarelo, a moda conversa com outras artes e elas se cantam. Foi neste ritmo que o estilista de Campão, Fábio Maurício, elaborou um desfile exclusivo com hora marcada da sua nova Coleção Lírio Selvagem. O evento terá pessoas contadas e seguirá todas as normas de biossegurança. Fábio é apaixonado por produzir roupas únicas e inéditas com influência dos anos 1980, cheias de fetiches e rock’n’roll. Um contemporâneo com pegada vintage, ou seja, sempre atual.
Puxando pela ideia, tecido e modelagem sua moda particular trabalha com o upcycling que tem o conceito de dar uso ao desuso. Fábio explica. É transformar totalmente uma roupa antiga em um produto novo, que vire objeto de desejo. Não é apenas customizar. É transformar”. O criador de moda autoral de Campão acredita que suas roupas lhe diriam o seguinte: “Estamos prontas para os olhares e elogios”. E realmente estão. Baseadas nesta exclusividade da música da Família Espíndola com riffs também únicos e música à altura do nome da banda Tetê e o Lírio Selvagem dos irmãos: Alzira Espíndola, Celito Espíndola, Geraldo Espíndola e Tetê Espíndola.
“Eles sao demais. A família Espíndola é surreal. Todos são artistas fantásticos. Conheci a banda através do Jerry Espíndola e me encantei. Sem dúvidas as músicas que eu mais ouvi incansavelmente foram ‘É Necessário’, ‘Rio de Luar’ e ‘Ben Te Vi’ que é música gravada por Geraldo Espíndola, cantor e compositor da banda original. Ele gravou exclusivamente uma versão acústica para o vídeo de making of do editorial de minha coleção”, revela Fábio.
Bem-Te-Vi original:
O futuro já tem tema na coleção de Fábio Maurício. “Penso em muitos projetos o tempo todo. Gosto de ter vários temas ou ideias em mente para desenvolver coleções upcycling. Mas, futuramente pretendo fazer um projeto de moda com os indígenas da aldeia Marçal Souza onde eles possam criar e desenvolver produtos upcycling. Ao mesmo tempo eu desenvolvo uma coleção”, revela.
Campo-grandense de coração
Fábio Maurício não é de Campão, mas é campo-grandense de coração. Ele adotou Campo Grande há 18 anos vindo de Rondônia. Fez moda na Uniderp em 2004. “Não me lembro quando descobri ser estilista. Mas posso dizer que minha paixão por criação vem desde muito cedo. Ainda com 7 anos desenhava super bem no caderno da escolinha. Eram inúmeros vestidos de mangas bem bufantes. Talvez pela influência dos anos 1980 ou dos livros de arte que tinham na minha casa. Ficava fascinado com as pinturas e retratos dos reis e rainhas ou seriam noivas? (risos). Nao posso ver um vestido de noiva brega no brechó que eu compro. Uso as rendas, pérolas, tecido, tudo”, finaliza.