Fazenda Cinco Estrelas, na saída da Capital para Sidrolândia, virou até ponto turístico nos últimos anos
Nos últimos anos, as plantações de girassóis da Fazenda Cinco Estrelas, localizada na região do Indubrasil, na saída para Sidrolândia, se transformaram em um dos pontos turísticos de Campo Grande.
Contudo, nem mesmo as belas flores conseguiram sair ilesas da pandemia, afirmou o agricultor João Carlos Stefanello, dono da propriedade. Ele disse ainda que a expectativa para este ano era de cultivar mil hectares, mas a COVID-19 impossibilitou a importação de sementes oriundas da Argentina.
Segundo João Carlos, a colheita está estimada para setembro, mas as sementes obtidas já foram plantadas e daqui a aproximadamente 45 dias já será possível identificar o amarelo característico da planta, mesmo que, desta vez, o perímetro da área seja menor.
“O plantio deste ano ainda está pequeno. Somente daqui a uns 45 dias que vai estar em um tamanho melhor. A colheita está estimada para setembro. Tivemos uma redução nos hectares plantados, porque não conseguimos trazer as sementes que vêm de fora, então plantei apenas a parte que já estava internalizada. Minha meta era a de plantar mil hectares mas não conseguimos o número de sementes necessárias, então este ano teremos 150 hectares”, contou.
Outra meta frustrada pelo novo coronavírus foi o plantio de girassóis coloridos, que era uma das apostas do agricultor para este ano. “Também não conseguimos trazer as tão desejadas sementes de girassóis coloridos. Tudo ficou extremadamente confuso neste ano, a pandemia chegou bem na época da compra de sementes, em fevereiro e março, e não conseguimos contato para a compra”, lamentou.
Questionado sobre como se sente em saber que a sua propriedade é reconhecida como ponto turístico da Capital, João Carlos explica que fica feliz em saber que está contribuindo para levar o conhecimento sobre o meio rural para a população e destaca que isso ajuda a desmistificar muitos mitos sobre o campo.
“Tivemos fim de semana em que foram 3 mil pessoas, mais de mil carros em um único fim de semana. Acho que neste ano o pessoal está mais assustado e como eu plantei somente na área dos fundos da fazenda, as pessoas não conseguirão tirar fotos na parte externa da propriedade, tudo isso pela falta de sementes. Acho que as pessoas, quando têm mais contato com o meio rural, entendem que o meio rural e o urbano se complementam. O meio rural não é antagônico ao meio urbano, como muitos falam, que meio rural polui e é prejudicial. Ele é uma extensão do meio urbano”, explicou.
Mesmo com uma produção menos influente que em outros estados vizinhos, como Mato Grosso, Stefanello pontua que ainda é possível perceber que falta conhecimento sobre o cuidado com as plantas. Exemplo disso são os destroços provocados nos últimos anos pelos visitantes da plantação.
(Texto: Michelly Perez/ Confira mais na página A8 da versão digital do jornal impresso O Estado)