Resgata no começo do mês, a onça ferida nos incêndios do Pantanal se recupera no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), em Campo Grande, e já tem previsão para voltar para o habitat natural.
Segundo o veterinário do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), Lucas Cazati, ela estará pronta para voltar para a natureza no início do próximo ano. A onça, um macho com cerca de dois anos de idade, vem recebendo tratamento com aplicações de ozônio que tem propriedades cicatrizantes e anti-inflamatórias e o progresso dos ferimentos é visível.
De acordo com o Imasul, o tratamento de ozonioterapia é feito em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Além das feridas nas patas, a onça estava muito debilitada e desde que chegou ao CRAS tem recebido alimentação balanceada e já ganhou cerca de oito quilos.
Exame de Raio-X detectou a existência de um projetil no tórax do animal, consequência de um tiro que deve ter sofrido há alguns meses, tendo em vista que a pele já está cicatrizada. O metal será retirado em cirurgia simples de rápida recuperação, o que não deve atrasar o retorno da onça ao seu habitat, disse Cazati, que é o responsável técnico do CRAS.
Essa onça e outra, com aproximadamente a mesma idade, foram resgatadas por equipes de voluntários no dia 4 de novembro da região da Serra do Amolar, no Pantanal, e trazidas a Campo Grande em um avião da Força Aérea Brasileira. A outra, também um macho, não resistiu e faleceu horas após ter chegado ao CRAS. No exame de necropsia foi detectado que ela também havia sido vítima de tiro, sendo que a bala estava alojada na região do tórax com estilhaços atingindo os pulmões. Apesar do tiro, a morte do animal teve como causa a quantidade elevada de fumaça que inalou durante o incêndio, segundo revelou o exame.