A concretização da compra do gás de cozinha diretamente da Bolívia pela Copagaz, uma das maiores distribuidoras de gás de botijão do Brasil, beneficiará diretamente a população de Mato Grosso do Sul com o barateamento dessa fonte de energia doméstica. O acordo de importação, anunciado pela empresa, é resultado das articulações feitas pelo governador Reinaldo Azambuja junto ao governo da Bolívia e à Petrobras.
“É um ganho extraordinário para o Estado, que terá um preço diferenciado na venda do GLP [Gás Liquefeito de Petróleo] para o consumidor, favorecendo principalmente a classe de menor poder aquisitivo, e um incremento significativo na arrecadação do ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços]”, afirmou o governador. Para atingir a meta de importação direta do gás natural boliviano, o governo de Mato Grosso do Sul iniciou negociações com a Bolívia há três anos, a partir da abertura do mercado de gás pelo governo brasileiro. O governador Reinaldo Azambuja liderou as tratativas com o país vizinho, que culminaram, inicialmente, com a importação do gás para a termelétrica de Ladário e pelo grupo russo Acron, que comprou a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3), de Três Lagoas.
O acordo foi assinado em junho deste ano, em Santa Cruz de La Sierra. Em outra frente de negociações, o governo do Estado, por meio da MSGÁS (Companhia de Gás de MS) e da Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), mediou as tratativas com a estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos S/A (YPFB) para a compra direta do GLP pela Copagaz, garantindo o acesso da população a um produto mais barato, além de fomentar outras oportunidades de negócios para o setor.
“Para o governo é extremamente importante essa parceria com o governo boliviano, principalmente em função do gás natural, não só para a termelétrica e a UFN3 e agora a Copagaz. Hoje a Bolívia é a principal fornecedora de gás natural para o Brasil e consequentemente de ICMS para o nosso Estado”, afirmou o secretário Jaime Verruck, da Semagro, presente ao acordo assinado na Bolívia.
Com o mercado nacional atualmente dependente da Petrobras, a Copagaz (Grupo Zahran) será a primeira empresa brasileira a importar o gás de cozinha. São 72 mil toneladas/ ano, direcionadas principalmente para a Região Centro- -Oeste. O volume contratado com a YPFB equivale a 1% do consumo do país, porém representará cerca de 1/3 das vendas em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, e cerca de 12% das vendas da Copagaz. (Da Redação com Assessoria)