Mato Grosso do Sul é o 1º no ranking de exportação de celulose do país, é o 3º em área de florestas plantadas, com cinco municípios entre os 10 no ranking dos maiores produtores, além do melhor desempenho municipal em valor da produção do setor, em Três Lagoas.
Essa expansão e desempenho da cadeia produtiva de florestas plantadas nos últimos anos no Estado têm demonstrado a sua importância na diversificação da economia sul-mato-grossense, na geração de emprego e renda e na consolidação da política de desenvolvimento sustentável do Governo do Estado, impulsionando a economia verde, de baixo carbono.
A base florestal sul-mato-grossense representa atualmente 7% do PIB estadual, com uma receita bruta de cerca de R$ 10 bilhões, considerando florestas plantadas, móveis e produção de celulose, segundo os dados de 2019 do IBGE.
Os segmentos de floresta e a respectiva indústria, são responsáveis por cerca de 12 mil empregos, sendo 5,5 mil na fabricação de celulose, conforme Nota Técnica da Celulose, elaborada pela Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).
“Desse total de 7% do PIB, 51,56% é gerado pela produção de celulose, sendo a produção da base florestal responsável por 47,74%. A diferença restante é gerada por outros setores ainda pouco representativos”, comenta o secretário Jaime Verruck, da Semagro.
Enquanto nas demais regiões do Brasil a indústria de celulose vende mais para o mercado interno do que para o exterior, em Mato Grosso do Sul as indústrias instaladas são voltadas totalmente para o processo de exportação.
“Somente no ano de 2019, a celulose representou 38% de tudo o que nós exportamos em Mato Grosso do Sul, com cerca de US$ 2 dois bilhões em operações. Isso coloca Mato Grosso do Sul em 1º lugar na exportação de celulose do Brasil, com 21% da pauta nacional, seguido por São Paulo com 16%. Desse total exportado pelo Estado, 61,05% é voltado para o mercado chinês”, acrescenta o titular da Semagro.
Três Lagoas
Três Lagoas é o município sul-mato-grossense de maior destaque na produção de madeira em tora para a fabricação de celulose e papel, com o maior valor de produção em 2019, em R$ 238 milhões, participando com 31,07% do valor gerado com esse produto no Estado.
Em termos de produção de madeira em tora para celulose e papel, novamente Três Lagoas se destaca com 32,4% da produção chegando a 4,7 milhões de metros cúbicos.
Sustentabilidade
Os próximos passos do Governo do Estado para fomentar a economia verde em Mato Grosso do Sul, com a expansão do setor florestal, envolve o aprimoramento do Plano Estadual de Florestas.
O titular da Semagro destaca a sustentabilidade do setor, que além de produzir celulose, produz energia a partir dos seus subprodutos, que são o cavaco e as folhas.
“Em dezembro vamos inaugurar a primeira geração de energia de biomassa, oriunda de cavacos retirados de tocos, raízes e de folha. É um investimento importante que está ocorrendo no município de Três Lagoas e gerando energia. Além de toda a estrutura de cogeração de energia que essas empresas já possuem, com o licor negro e a própria biomassa, o que as torna autossuficientes em energia e vendedoras no Mercado Livre. Isso mostra esse encadeamento sustentável”, comenta.
Uma das oportunidades para o setor florestal, que vem se destacando em Mato Grosso do Sul nos últimos anos, é o ILPF (Integração lavoura, pecuária e floresta) ou, no caso específico do setor, o IPF (Integração pecuária e floresta).
Outro potencial a ser explorado é a produção de carvão vegetal. “Existe uma retomada da produção siderúrgica no país e isso faz com que tenhamos uma demanda pelo carvão vegetal, especificamente aquele obtido de florestas renováveis e florestas certificadas. Essa é situação extremamente positiva para o nosso Estado”, diz Jaime Verruck.
De acordo com o secretário, o setor de celulose tem trabalhado e contribuído de forma relevante nas questões que envolvem as mudanças climáticas, com a mitigação dos estoques de CO2 (gás carbônico), emitidos pelo processo industrial.